Pacientes e médicos enfrentam dificuldades no HU de Campo Grande
Estado - Saúde - Dificuldades no Hospital
Foto: G1 MS
Pacientes e médicos continuam enfrentando dificuldades no Hospital Universitário (HU) de Campo Grande. Reportagem do Bom Dia MS desta terça-feira (15) mostrou que pacientes ficam nos corredores enquanto leitos estão vazios em quartos desativados e que pacientes com cirurgia marcada voltam para casa sem fazer o procedimento e são obrigados a esperar alguns meses por uma nova data.
Além disso, a unidade também teria perdido qualidade como hospital-escola. Médicos residentes denunciam que o aprendizado dos novos profissionais da saúde está comprometido por causa do sucateamento do HU. Sem um hospital exclusivo para os presídios, pacientes comuns dividem espaço com presos e policiais fardados e armados.
Na falta de enfermeiros e técnicos, uma cena inusitada ocorreu na enfermaria ortopédica: um paciente faz curativo em outro paciente.
Médicos e cirurgiões dentistas residentes no HU já denunciaram os problemas ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS). Há dois meses, os profissionais encaminharam uma carta pedindo uma intervenção, já que o hospital é referência no estado para diversas especialidades cirúrgicas.
O documento relata a falta de médicos anestesistas, para que a programação de cirurgias seja cumprida, e a falta de planejamento estratégico na obra de reforma do prédio, para evitar a interrupção do atendimento.
No HU, vários equipamentos estão amontoados, como respiradores. Também há caixas de aspiradores cirúrgicos elétricos novos. Na enfermaria pediátrica, o número de leitos caiu pela metade, com a reforma de parte do prédio. Até a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal está em local improvisado e com menos leitos.
Em 2013, a Justiça afastou a antiga diretoria do HU sob suspeita de corrupção e fraude a licitações. Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF) ainda não concluíram as investigações. Há quatro meses, a gestão do HU passou para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), criada pelo governo federal para administrar os recursos públicos destinados aos hospitais universitários no país.
Antes de produzir a reportagem, a TV Morena solicitou ao HU para entrar no hospital e mostrar as condições atuais, mas isso não foi permitido.
O superintendente do HU, Cláudio Wanderley Luz Saab, foi convidado para uma entrevista ao vivo no Bom Dia MS, mas ele informou, por meio da assessoria do hospital, que está com problemas de saúde e que só irá se manifestar após assistir à reportagem. Saab adiantou que houve redução de leitos na unidade por conta da reforma no prédio e que, no mês que vem, haverá concurso para a contratação de médicos anestesiologistas.
G1 MS/JE
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