Sustentabilidade no trabalho com florestas plantadas
Estado - Sustentabilidade - Práticas Florestais
Foto:Divulgação
Representantes de quatro continentes participaram de um intercâmbio e troca de experiências sobre práticas florestais, agrícolas e processos de participação pública com enfoque no Cerrado. O NGP Study Tour reuniu atores, a maioria de vários escritórios do WWF pelo mundo (como Tanzânia, Japão, China, Chile, Argentina, Estados Unidos, Suíça, Espanha e Brasil), para uma série de visitas técnicas no estado do Mato Grosso do Sul na semana passada.
O grupo composto por 30 profissionais passou por Campo Grande, onde participou do Seminário “Integração das práticas florestais, agricultura e paisagem no planejamento da paisagem” promovido pelo WWF-Brasil, e pelas cidades de Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas. Foram visitados trabalhos de integração Lavoura, Pecuária e Floresta; produção sustentável de carvão vegetal; e produção de celulose a partir de árvores plantadas, além de projetos sociais locais.
Esse foi o primeiro Study Tour de 2014 – em 2013, passou por África do Sul e Chile – e a segunda passagem pelo Brasil (a primeira vez foi na Bahia em 2012). “Temos como objetivo influenciar outros a tomarem decisões responsáveis do ponto de vista ambiental e social no que diz respeito a florestas plantadas. Por isso buscamos exemplos positivos em várias partes do mundo. O Cerrado brasileiro, especificamente no Mato Grosso do Sul, é muito rico nesse sentido. Saímos satisfeitos com a visita e com novas ideias para serem analisadas e debatidas”, analisou Luis Neves da Silva, do WWF Internacional e coordenador da Plataforma NGP.
Como parte da programação, os participantes também marcaram presença na reunião do Diálogo Florestal-MS que é uma iniciativa independente que reúne atores para uma discussão sobre temas relevantes em prol do desenvolvimento sustentável desse mercado. Os estrangeiros puderam contribuir com o debate local, colocando o ponto de vista internacional e a realidade de cada um de seus países em perspectiva. “Fiquei impressionado com o tempo de interação entre a sociedade civil e empresas, como, por exemplo, o fato do Diálogo Florestal já existir no Mato Grosso do Sul há dez anos”, avaliou Geofrey Mwanjela, do WWF-Tanzânia. O NGP Study Tour foi promovido pelo WWF Internacional com apoio do WWF-Brasil. “O trabalho com florestas plantadas é uma das prioridades na nossa agenda. Buscamos nos envolver nos diálogos com a sociedade civil organizada e as empresas do setor para conciliar a necessidade de produção com um desenvolvimento realmente sustentável, com práticas ambientalmente corretas em harmonia com a nossa missão de conservação da natureza”, afirmou Julio Cesar Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal.
A Rede WWF acredita que plantações florestais devem contribuir positivamente para o bem-estar das comunidades locais, e não substituir ecossistemas naturais, como florestas tropicais. Por isso, fundou em 2007 o NGP (New Generation Plantations Plataform - Plataforma Plantações de Nova Geração, em português) que reúne empresas florestais líderes e órgãos governamentais que controlam e regulam plantações. A iniciativa busca aprender sobre como melhorar o manejo de plantações por meio de experiências reais para além dos participantes, compartilhando informações e liderando pelo exemplo. A Plataforma aplica na prática uma visão em que as plantações florestais contribuam positivamente para o bem-estar das comunidades locais e trabalhem em harmonia com os ecossistemas naturais.
O Progresso/RMC
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