Policiais do Senado rastrearam escutas para Gleisi e Lobão Filho
Brasil - Ações Policiais - Operação Métis
Polícia Federal prende quatro suspeitos no Congresso.
Foto: A Polícia Federal prendeu quatro policiais legislativos, ou seja, que trabalham dentro do Congresso, na operação batizada de Métis. Eles são suspeitos de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, indo até a casa de Senadores e retirando as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça - 21/10/2016 (Reprodução/TV Globo)
Os senadores Lobão Filho (PMDB-MA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), investigados na Operação Lava-Jato, utilizaram os serviços de contrainteligência da polícia legislativa do Senado para rastrear eventuais escutas, segundo investigação da Operação Métis, deflagrada na manhã desta sexta-feira.
Quatro policiais do Senado foram presos sob suspeita de embaraçar a Operação Lava-Jato. “A deliberada utilização de um equipamento sofisticado, de propriedade do Senado Federal, utilizando recursos públicos, passagens aéreas custeadas pelo Erário e servidores concursados, em escritórios ou residências particulares, não possui outro objetivo senão o de embaraçar a investigação de infração penal que envolve organização criminosa”, diz um documento da investigação.
O inquérito foi instaurado a partir de uma delação premiada feita por um policial legislativo. O colaborador revelou que em ao menos quatro ocasiões foram utilizados equipamentos do Senado e recursos públicos para fazer varreduras em imóveis funcionais e particulares de três senadores e um ex-parlamentar, alvos da Lava-Jato. O objetivo era fazer uma operação de contrainteligência. Ou seja, identificar eventuais escutas. Em pelo menos duas ocasiões, os servidores se deslocaram para as cidades de São Luiz, no Maranhã, e Curitiba, no Paraná.
Ao todo, a PF cumpriu nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10º Vara Federal do Distrito Federal.
De acordo com a PF, foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores. Em uma ocasião, o diretor da Polícia do Senado ordenou que os policiais da Casa intimidassem a Polícia Federal, que ia cumprir mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal no apartamento de um senador.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
O nome da operação faz referência à Deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.
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