PF diz que fez 2 fases da Lava Jato no mesmo dia para 'otimizar recursos'
Brasil - Ações Policiais - Operação Lava Jato
'Temos que fazer mais com menos', disse o delegado Igor Romário de Paula. Ainda assim, ele negou que tenha havido 'restrições orçamentárias' para a Lava Jato.
Foto: Dinheiro apreendido nas duas novas etapas da Lava Jato (Divulgação/Polícia Federal)
O delegado da Polícia Federal (PF) Igor Romário de Paula afirmou que foram feitas duas novas fases da Lava Jato nesta sexta-feira (18) para "otimizar recursos, que não estão sobrando". Segundo ele, as duas etapas – 43ª e 44ª – poderiam ter ocorrido em dias diferentes, mas a PF optou por usar os mesmos agentes.
"Quando falo em otimização dos recursos, não é porque eles faltaram. Não houve ordem para limitar recursos ou faltou recurso, e a gente foi obrigado a fazer [tudo] ao mesmo tempo. Nós estamos trabalhando numa perspectiva de que os recursos para o ministério da Justiça, assim como para todos os ministérios, estão escassos... Usando um jargão antigo, [é preciso] fazer mais com menos", disse o delegado.
O delegado negou houve "uma restrição orçamentária". Segundo ele, havia dinheiro para as duas fases, mas, como as investigações evoluíram de modo semelhante, foi uma opção usar o mesmo efetivo para cumprir os mandados judiciais e "transformar tudo uma viagem só".
Principais pontos das investigações
- Ações apuram o favorecimento de empresas estrangeiras em contratos com Petrobras.
- Operação Abate investiga fraudes no fornecimento de asfalto para a Petrobras por uma empresa norte-americana, entre 2010 e 2013.
- Funcionários da Petrobras, o PT e, principalmente, Cândido Vaccarezza teriam recebido propinas que somam US$ 500 mil no esquema da Abate.
- Operação Sem Fronteiras investiga o pagamento de propinas para contratação de armadores (transportadores marítimos) da Grécia, entre 2009 e 2013.
- Ao menos 2% dos contratos com as empresas gregas, que superaram US$ 500 milhões, seriam propina para políticos, funcionários da estatal e operadores financeiros.
- As investigações surgiram da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
US$ 438 mil para Vaccarezza
Uma das ações desta sexta-feira, chamada de Abate, resultou na prisão do ex-deputado Cândido Vaccarezza, que é suspeito de receber ao menos US$ 438 mil por contrato na Petrobras até 2011. Investigadores da PF dizem que ele favoreceu a contratação da empresa norte-americana Sargeant Marine, que forneceu asfalto para a estatal entre 2010 e 2013.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje delator, também teria sido beneficiado pelo esquema. Segundo a PF, Costa recebeu ao menos US$ 162 mil por cinco contratos. O PT teria sido outro beneficiário da propina.
A PF chegou a pedir a prisão preventiva (sem prazo para liberação) do ex-deputado, por haver provas e por conta de outras delações, que dizem que ele teria praticado crimes não apenas no âmbito da Petrobras. Mas o juiz Sérgio Moro autorizou a prisão temporária.
Em entrevista em Curitiba, para detalhar as ações, o delegado Filipe Hille Pace afirmou que agentes encontraram R$ 122 mil na casa de Vaccarezza. Ele estaria pagando com esse dinheiro despesas de seu novo partido, o PTdoB.
'Loteamento político'
O delegado Filipe Pace afirmou que Vaccarezza era pressionado para retirar, da Petrobras, funcionários não ligados ao PT, o que indica que havia "loteamento político" na estatal.
Paulo Roberto Galvão de Carvalho, procurador da República, disse que as investigações confirmam que esse esquema não era um esquema de diretores e gerentes: "Trata-se de um esquema de corrupção partidária".
G1
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