Entre o desprezo e o vexame
Brasil - Ponto de Vista - Reflexo do Julgamento
Lula e o PT vão ampliar a narrativa de vitimização e tentar empurrar para a frente a candidatura fake de Lula à Presidência este ano
O ex-presidente Lula durante manifestação, em Porto Alegre, 23/01/2018 (Paulo Whitaker/Reuters)
* Por Murillo de Aragão / Blog do Noblat
Placar fatal: o 3 a 0 contra o ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, não representa uma surpresa. Afinal, as provas eram consistentes e amparadas em fatos e testemunhos. De acordo com a acusação, o triplex no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), e suas reformas, custeadas pela empreiteira OAS, foram uma forma de pagamento de R$ 2,2 milhões ao ex-presidente.
Lula, porém, não está sendo condenado apenas por conta das leis do país, mas porque as regras não escritas da política mudaram recentemente. O que antes era aceito passou a não ser mais. A política é como um jogo: tem regras escritas e não escritas. Algumas vezes, as não escritas contornam as escritas e criam situações paradoxais. Os obséquios que sempre foram moeda de troca com os poderosos de repente deixam de ser aceitáveis. E são legalmente punidos.
Vale lembrar que o julgamento do Mensalão, entre 2005 e 2006, provocou uma nova realidade comportamental na Justiça brasileira. Lula, que escapou do Mensalão, não escapou de suas consequências. O Mensalão mostrou que o sistema político não protegia seus comparsas e inspirou uma onda reformista dos costumes políticos no país. Tudo com base na lei e em boas doses de ativismo judicial.
Logo após a decisão do TRF-4, o PT divulgou nota declarando que o “resultado do julgamento do recurso da defesa de Lula, no TRF-4, com votos claramente combinados dos três desembargadores, configura uma farsa judicial”. Diz ainda que se confirma “o engajamento político-partidário de setores do sistema judicial, orquestrado pela Rede Globo, com o objetivo de tirar Lula do processo eleitoral”.
Seria cômico se não fosse trágico, em especial, pela completa ausência de autocrítica por parte do partido. Tal situação transforma o PT na maior força partidária contra a Operação Lava-Jato no Brasil. E qual o resultado de tudo isso? Nada que já não seja mais ou menos esperado. Lula e o PT vão ampliar a narrativa de vitimização e tentar empurrar para a frente a candidatura fake de Lula à Presidência este ano. Até o limite do possível, na esperança de restabelecer o seu poder de eleger “postes”.
O problema é que o aprofundamento dessa narrativa vai rachar ainda mais o eleitorado nacional e, de certa forma, fortalecer o sentimento “anti-lulismo” no país. Ora alimentado tanto pelo vexame da condenação de Lula quanto pelo desprezo ao pífio governo de Dilma Rouseff e pelas estripulias identificadas na Lava Jato.
*Murillo de Aragão é cientista político
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