Para Temer, situação para aprovar a Previdência é 'bem melhor' agora do que no fim de 2017
Brasil - Política - Reforma da Previdência
Presidente deu entrevista para uma rádio nesta segunda-feira (29). Segundo ele, população está compreendendo que a reforma é 'essencial'.
(Foto: Alan Santos/PR)
O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (29), em entrevista à Rádio Bandeirantes, que a situação política para aprovar a reforma da Previdência no Congresso é "bem melhor" agora do que no fim de 2017.
Ele deu a declaração ao ser questionado se as chances de aprovação haviam melhorado, piorado ou permanecido iguais desde que os parlamentares saíram de recesso. Os trabalhos na Câmara e no Senado retornam em fevereiro, e o governo vai tentar levar a reforma adiante.
Desde a última sexta-feira (26), o presidente tem feito aparições na mídia em que aproveita para defender as novas regras de aposentadoria. A estratégia do governo é intensificar a campanha positiva sobre a proposta nos próximos dias, ao mesmo tempo em que conclui as negociações com deputados.
"É bem melhor [a situação para aprovar a reforma]. Conseguimos fazer a comunicação com o povo, com a população, esclarecendo o que é a reforma da Previdência", disse o presidente. "Como o Congresso ecoa a vontade do povo, o que está acontencedo é que a pessoa compreende, chega para o deputado ou senador e diz que a Previdência é essencial", afirmou Temer.
Ele repetiu a argumentação das últimas semanas de que a reforma vai corrigir injustiças do sistema de aposentadoria e vai evitar que falte dinheiro para honrar os pagamentos. "É uma reforma muito suave, mas fundamental para o país. Acho que os deputados voltarão mais convencidos das suas bases", afirmou Temer.
O presidente foi questionado se haveria espaço para novos ajustes no sentido de flexibilizar o texto e facilitar a aprovação no Congresso. O governo já cedeu em pontos da reforma original em negociações no final de 2017.
Segundo Temer, a ideia do governo é "não ir além do que já foi" nas concessões. No entanto, ele afirmou que há a possibilidade de, na negociação com deputados e senadores, serem feitos novos cortes na reforma. Ele disse que, mesmo assim, a economia que será feita com as novas regras da Previdência vai valer a pena.
"A ideia do governo é não ir além do que já foi. Até confesso, diante do projeto inicial, a economia de recursos ao longo de 10 anos seria de R$ 900 bilhões. Com o novo projeto, amenizado, será de R$ 550 a 600 bilhões. Ou seja, vale a pena. Entre nada e R$ 500 bilhões, essa economia garante os salários e pensões", afirmou Temer.
Nomeação de Cristiane Brasil
Outro tema tratado na entrevista foi a nomeação de Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. A posse da deputada foi suspensa por decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de uma disputa judicial que vem se alongando nas últimas semanas. O governo ainda tenta a liberação da posse.
Temer disse que vai respeitar qualquer que seja a decisão da Justiça, mas afirmou que a competência para designar um ministro cabe ao presidente da República.
"O ideal dos ideiais é que cheguemos ao ponto em que nós todos tenhamos a convicção de que minha competência vai até onde começa a do outro. Essa é uma pregação muito útil", afirmou o presidente.
Questionado se tem arrependimento de ter nomeado Cristiane Brasil, o presidente negou. Não [me arrependi]. Eu sou muito ciente e consciente daquilo que a Constituição determina", respondeu.
Temer também foi questionado sobre o impacto da condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro. Segundo Temer, seria melhor para a “pacificação” do país se Lula pudesse participar das eleições e sair derrotado das urnas.
De acordo com a lei da Ficha Limpa, uma pessoa que tenha sido condenada por órgão colegiado em segunda instância, como é o caso de Lula, fica impedida de disputar eleições por oito anos. No entanto, a defesa de Lula vai recorrer a tribunais superiores.
“Do ponto de vista político, eu pessoalmente apreciaria que ele não tivesse essas responsabilizações, que ele pudesse ser vencido no voto. Isso pacificaria o país”, disse o presidente.
Em seguida, Temer foi indagado se, politicamente, Lula estaria “morto”. O presidente respondeu que não e citou o fato de Lula liderar pesquisas de intenções de voto para a presidência da República.
“A figura dele é uma figura de muito carisma. Não é sem razão que ocupa uma das primeiras posições nas análises [eleitorais]. Dizer que ele está morto... A imagem dele, a palavra, a presença passada dele... Dizer que não vai ter alguma presença, morto ele não está”, afirmou Temer.
Embraer e Boeing
Na entrevista, o presidente voltou a afirmar, como já havia feito em dezembro, que o governo não vai permitir que a empresa de aviação norte-americana Boeing se torne acionista majoritária da brasileira Embraer.
No final de 2017, foi noticiado que havia um interesse da Boeing na Embraer. Mesmo que as empresas fechem um acordo, o negócio depende da aprovação do governo federal, já que, quando a Embraer foi privatizada, nos anos 90, foi incluída uma cláusula chamada de "golden share". Na prática, a cláusula dá ao governo brasileiro voz ativa e poder de veto em qualquer decisão estratégica da companhia.
Coro com o presidente
Na manhã desta segunda, pouco depois da entrevista de Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, também comentou o cenário para análise da reforma na Câmara.
De acordo com Marun, a situação é a "melhor" desde maio de 2017, quando estourou o escândalo da delação dos executivos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. A conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com Temer, no Jaburu, abriu a crise que resultou em duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente, ambas barradas pela Câmara dos Deputados.
“Hoje voltamos ao patamar de votos que tínhamos lá em maio ... Desde maio não vivíamos um momento tão positivo para aprovação dessa reforma", afirmou o ministro.
Questionado sobre a falta de votos para aprovar a reforma, Marun tentou demonstrar otimismo e afirmou que não mente sobre projeções. Na semana passada, o governo afirmou ter 275 votos na Câmara, abaixo do mínimo de 308 para aprovar a reforma.
“Ao mesmo tempo em que nós ainda não temos esses votos, e eu não minto, então não mentiria a respeito disso, nós vivemos uma situação que é a melhor desde maio de 2017, quando eu repito, estourou se iniciou aquela conspiração que buscava derrubar o presidente e que fez como principal vítima essa necessária reforma”.
Perguntado sobre o desempenho de Temer nas entrevistas recentes a rádios e TVs, Marun elogiou a postura do chefe e a necessidade de explicar os efeitos da reforma para população.
"Se 100% da população estivesse esclarecida, nós teríamos 90% de aprovação da população à reforma”, declarou.
O ministro teve reunião nesta segunda com representantes de confederações nacionais, como as da Agricultura, Transporte, Indústria e Instituições Financeiras.
G1
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