Sexta-Feira 29/03/2024 05:28

Após anos vivendo em barracos de lona, famílias comemoram casa própria no campo

Geral - Baixa Renda

Contrapartida do Governo de Mato Grosso do Sul já garantiu 982 moradias dignas a pequenos agricultores com programa nacional que substitui barracões por casas de alvenaria.

Foto: Edemir Rodrigues 

Nos três primeiros anos de mandato, o governador Reinaldo Azambuja já entregou mais de 11 mil moradias destinadas a pessoas de baixa renda, inclusive na zona rural, que tem mais dificuldades de acesso à casa própria, como no assentamento Ouro Branco, em Terenos, onde 20 famílias foram contempladas. “Isso aí pra mim não é uma casa, é um castelo”, comemora a assentada Marta Benites Gonçalves, de 56 anos, que após morar 12 anos em um barracão recebeu uma casa de alvenaria construída pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).

Com contrapartida do Governo do Estado, o programa já atendeu 982 famílias em todas as regiões de Mato Grosso do Sul de 2015 até agora, substituindo casas de lona e madeira por residências de alvenaria com luz elétrica, instalações sanitárias e água encanada.

Crianças dormindo na chuva

Na casa de Faustino Nogueira, de 59 anos, 12 pessoas viviam embaixo de um barracão construído com telhas, lonas e até cobertas. “Nos dias de chuva, ficava um em cada canto acordado segurando para as paredes e o teto não voarem”, relembra. Ele está entre as 20 famílias do assentamento Ouro Branco que receberam as chaves no ano passado.

Se a realidade dos barracos na zona rural já é dura para os adultos, quando se trata de crianças a dificuldade é ainda maior. “Na época de chuva e frio não tem como esquentar lá dentro”, conta a filha de Faustino, Waldineia Nogueira, de 32 anos. Com três filhos pequenos, ela enfrentou noites em claro tentando tornar tranquilo o sono dos filhos.

Mesmo assim, a natureza acabava falando mais alto. “Numa noite de chuva, um pé de pequi que ficava ao lado foi arrancado e a raiz levantou o barraco e com ele a cama onde as crianças estavam”, lembra a assentada.

“Foi um desespero, eles choravam e tivemos que esperar parar a chuva para sair e encaixar o barraco no lugar”, detalha ela. “O que mudou não foi só o conforto, mas a segurança principalmente para as crianças”, afirma. “Hoje está uma maravilha e a gente enfrenta a chuva com tranquilidade”, comemora.

Bebendo do açude

Gregória Duarte, de 52 anos, lembra que além das dificuldades diárias que a família enfrentava antes de conseguir uma casa, a falta de água encanada e condições sanitárias ofereciam risco à saúde de todos. “A gente buscava água no açude para beber e cozinhar”, revela.

Para tornar potável a água que era compartilhada com os bois, o marido de Gregória buscava na Prefeitura misturas que eram adicionadas antes de beber e do preparo dos alimentos. O restante da rotina, inclusive os banhos, era todo feito com a água sem nenhum tratamento. Foram cinco anos nessa rotina até que a família conseguisse uma casa pelo PNHR, com o apoio do Estado.

“Aqui tem água e energia, hoje nós estamos praticamente no céu”, diz ela, ao mostrar com orgulho a casa construída no mesmo padrão das que são entregues na cidade. São dois quartos, sala, cozinha, varanda e acabamento em azulejo na cozinha e banheiro.

Água “milagrosa”

Sem abastecimento nem instalações sanitárias, ela conta que muitas vezes pensou em desistir da vida no campo. “Se não fosse a ajuda do Estado eu não poderia ter essa casa, porque aqui é muito mais difícil do que na cidade, não tem nem como você financiar um imóvel”, explica. Quase um ano após ter recebido as chaves, ela ainda se emociona ao lembrar a trajetória até conquistar uma casa.“Quando eu abri a torneira e vi que tinha sistema de água dentro da minha casa chorei muito, não consigo nem explicar a sensação”, conta Marta Gonçalves, que também vive no assentamento Ouro Branco, em Terenos. Antes da intervenção do Estado, a água era levada de outra propriedade somente uma vez por semana.

A poucos metros no novo imóvel, Marta faz questão de manter a estrutura do antigo barracão, onde passou cinco anos desde que se mudou para o assentamento. Nos sete anos anteriores ela havia vivido à beira da estrada, também embaixo de um barracão de lona. “A gente passa muita humilhação embaixo de barraco, corre diversos riscos. Permaneci no campo por paixão mesmo pela terra, mas depois dessa casa vi que tudo valeu a pena”, lembra a assentada.

Novo começo

Com mais de dois mil pés de limão plantados junto com o filho, o assentado Pedro Bortoloto, de 72 anos, teve apoio do Estado para recomeçar a vida, após a família perder tudo o que tinha. Foram quatro anos em um barracão. “Era um sofrimento terrível, não tinha água e nem luz”, conta a esposa, Marli da Silva, de 60 anos. Hoje, os dois podem receber os netos nas férias com a segurança e o conforto de uma casa com paredes sólidas, telhado, água encanada e banheiro. “Antes não tínhamos condições de construir nada”, lembra.

Além da contrapartida do Governo do Estado, os assentados contaram com o apoio da Cooperativa de Habitação da Agricultura Familiar (Coophaf) no processo de inclusão no programa do Governo Federal. Entre os critérios para enquadramento estão idoneidade cadastral e renda familiar bruta anual inferior a R$ 17 mil. No caso de quem vive em assentamentos, é necessário ser o beneficiário originário e possuir documentação regulamentada junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), como o Contrato de Cessão de Uso (CCU).

Com apoio do governo, por intermédio da Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), outras 1.032 unidades foram construídas em áreas rurais de todo o Estado.

 

Portal MS

Reinaldo Azambuja, Governo do Estado, Dificuldades

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