Forças Armadas deixam a Vila Kennedy nas próximas semanas
Brasil - Segurança Pública - Reforço na Segurança
Dentro de duas ou três semanas, os militares das forças integradas de segurança devem deixar definitivamente a comunidade na Zona Oeste do Rio.
Foto: Tanque do Exército derruba barreiras colocadas por traficantes na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, em uma das operações na comunidade (Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Os militares das forças integradas de segurança devem deixar definitivamente a comunidade de Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, daqui a duas ou três semanas, informou o coronel Carlos Frederico Cinelli, chefe de comunicação do Comando Militar do Leste (CML), na manhã desta terça-feira (20).
Há quase um mês, homens das Forças Armadas entraram na comunidade nas chamadas operações de estabilização do território. Em entrevista à TV Globo no dia 7 de março, o interventor federal no Rio de Janeiro, general Braga Netto, afirmou que a experiência na Vila Kennedy seria usada como modelo para a intervenção na segurança do estado.
Segundo Cinelli, atualmente cerca de 50 militares fazem o patrulhamento diário na Vila Kennedy, junto com efetivo semelhante de policiais militares. As primeiras operações da força de segurança chegaram a contar com 1,4 mil homens, que trabalharam principalmente na retirada de obstáculos e barricadas dos acessos da comunidade.
"Ainda não temos os dados consolidados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mas houve uma redução do número de casos de roubos de veículos e de cargas na região. Aumentou a percepção de segurança na comunidade. Há um decréscimo gradual do número de militares na Vila Kennedy. Ou seja, os militares vão saindo enquanto a PM vai entrando gradativamente na comunidade", disse o coronel.
Fases da operação na Vila Kennedy
Cinelli afirmou que, na primeira fase da operação, os militares trabalharam na retirada de barricadas e obstáculos para permitir o livre acesso não só dos moradores, mas dos carros de polícia e da entrada de serviços na Vila Kennedy.
Na segunda fase, com cerca de 300 homens, foi feito o trabalho social de ordenamento da comunidade e recuperação da estrutura da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). E agora, os militares fazem o patrulhamento diário junto com os PMs.
O coronel informou que ações de estabilização de território semelhantes a realizada na Vila Kennedy estão sendo planejadas, mas que nada impede que haja deslocamentos para operações pontuais em outras regiões do estado. Segundo ele, tudo vai depender dos dados coletados pela inteligência e dos acontecimentos relativos à segurança no Rio de Janeiro.
Desde o dia 12 deste mês, os militares passaram a fazer o patrulhamento diário na comunidade. Ao todo, cerca de 300 militares participaram de ações da Vila Kennedy diariamente na semana passada. A fiscalização durante o dia ficou sob o comando das tropas militares e, à noite, a Polícia Militar ficou responsável pela segurança pública na região.
Desde o final de fevereiro, agentes das forças de segurança fazem operação na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. As primeiras ações na comunidade ganharam destaque após os militares tirarem fotos de moradores e seus documentos para checar se eles tinham antecedentes criminais.
"Estamos em Vila Kennedy, Vila Aliança e Coreia exatamente como a primeira ação de intervenção em que vamos trazer todo o estado para dentro da comunidade. Quando falo estado não é somente a parte policial. A parte policial é importante para dar segurança, mas é o restante do serviço do estado e da prefeitura que tem de entrar", disse o general Braga Netto na entrevista do início deste mês.
G1
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