Leoa promete vitória sobre amiga Raquel Pennington na luta principal do UFC 224, 12 de maio, no Rio

Amanda Nunes mostrou confiança para duelo no Brasil com Raquel Pennington (Foto: Alexandre Loureiro/Divulgação UFC)

O Ultimate promoveu, nesta terça-feira, coletiva de imprensa com alguns dos principais nomes do UFC 224, marcado para o dia 12 de maio no Rio de Janeiro. A campeã Amanda Nunes, que fará a luta principal do evento contra Raquel Pennington pelo cinturão do peso-galo feminino (até 61kg), recebeu a maioria das perguntas. Confiante, ela comentou a amizade que tem com a desafiante e disse querer aumentar sua base de fãs no Brasil, garantindo que sairá com a vitória mais uma vez, já que venceu nas outras duas oportunidades que atuou no país pelo UFC.

- Leva um tempo para as pessoas se adaptarem a uma nova campeã. Estou chegando devagar, tenho que ter paciência, mas já vejo um retorno grande dos fãs. Tenho que deixar os fãs à vontade, não posso querer que meus fogos subam. Tenho que ir de acordo com o que tocar. Quero ir conquistado meu espaço, mantendo meu cinturão, que é o mais importante. Manter o cinturão é o que vai fazer com que os fãs conheçam a atleta que sou. O retorno tem sido muito grande, ainda mais voltando ao Brasil depois de três anos. Minha estreia no UFC foi aqui, saí vitoriosa. Nas duas lutas que tive aqui, venci e essa será mais uma com certeza. Quero lutar mais no Brasil, saí muito nova, quero voltar como campeã depois do meu sonho conquistado e conquistar mais um sonho, que é conquistar o público brasileiro, voltar a falar mais português - afirmou.

Questionada sobre as declarações que têm dado a respeito de possíveis lutas contra Cris Cyborg e Ketlen Vieira, Amanda tratou de negar qualquer clima de "já ganhou" para o duelo com Pennington no Rio.

- Na verdade, surgiu uma pergunta que um repórter fez, e respondi. Ele estava falando da Cris, falou que tinha a Ketlen na categoria, que vinha de uma grande luta... Ele me perguntou, falei que a Ketlen tem a oportunidade de ser a próxima. Esse foi o único motivo, não quis botá-la na frente da luta contra a Rocky, que já estava para acontecer. Foi só por isso mesmo - garantiu.

Confira outras declarações de Amanda Nunes:

Duelo com a amiga Raquel Pennington

- É uma luta interessante por causa da amizade que temos. Vai ser bom ver a reação dos fãs, porque não vou falar mal dela, e nem ela de mim. Vamos mostrar nosso trabalho, o que estamos aqui para fazer. Vou subir no cage, dar o meu melhor e sair com a vitória. É claro que só uma sai com ela (risos). Vai ser diferente, os fãs ainda não viram isso. Estou empolgada, sei que a luta vai ser muito boa. A Rocky já fez parte do TUF, é fácil para ela lutar com amigas. Eu já lutei com amigas, com atletas com quem tenho certa amizade, como a Miesha Tate. Fui na "after party" dela quando venceu a Holly Holm. É bem natural, bem profissional.

Negociação para luta contra Pennington

- A Rocky sofreu um acidente, teve que adiar um pouco. Na negociação não sei o que aconteceu. A Cris lutou contra outra oponente, o UFC ofereceu (a Raquel), então falei: "Não vou ficar parada". Foi da parte deles, da minha estava tudo certo.

Declarações de Jéssica Andrade sobre Amanda ter torcido para Tecia contra ela

- Fiquei sem saber um pouco, porque a Tecia é a minha amiga, treinou comigo desde que chegou na American Top Team. A Jéssica é brasileira, fiquei feliz pela vitória dela, mas naquele momento fui pela minha amiga. Se a Jéssica fosse a minha amiga, torceria por ela, então fiquei sem saber o porquê, sendo que na festa do UFC que teve em Vegas, estávamos eu, Tecia, Nina e outra companheira de equipe, e a Jéssica estava sem ninguém. Para ela não ficar só, chamei para o meu grupo, e a Tecia estava porque é a minha amiga. Talvez ela tenha pensado um pouco mais que tínhamos uma amizade, mas não era aquilo. Não é porque ela lutou com Tecia que não gosto dela, foi ótimo, ela fez uma ótima performance, foi um lutão, mas não tem nada a ver com torcer contra a Andrade. Tem que separar. O MMA não é isso. Você torce para quem você quiser e bem entender. As pessoas têm que respeitar, essa é a verdade. Respeito é o mais importante. Acredito que ela foi infeliz nessa entrevista, mas tudo bem, se nos encontrarmos vamos conversar sobre isso e tudo vai ficar bem.

Relação com a mídia

- Vou ser muito sincera: realmente me fechei um pouco para a mídia, porque nunca fui daquelas lutadoras que gostam de dar entrevista toda hora, ficar viajando, isso é tudo novo para mim. Tive que me adaptar, com essa adaptação tive altos e baixos e preferi me resguardar um pouco para falar só no momento certo. Não quis abrir muito porque estavam acontecendo várias coisas na minha carreira, queria ter o momento certo para falar, não falar nada sem pensar, sendo que falei várias vezes sem pensar e hoje não quero cometer esse erro mais. Antes de falar, converso com a minha irmã o que tenho que falar, melhorar, até no próprio português que melhorei bastante. Trabalho meu português a cada dia. Me resguardei para falar agora, é um momento muito bom para falar, e acredito que tudo leva um tempo, até para a mídia aceitar uma nova campeã. Tudo era "Ronda, Ronda, Ronda", não tinha tempo para ninguém. Hoje tudo mudou. Depois que virei campeã, tudo foi mudando aos poucos.

Desenvolvimento da divisão dos galos

- Tem que ter desafiante para mim. Fico sentada às vezes um ano esperando, até surgir a Rocky outras meninas. Tem uma coisa incomodando: não acho que a Rocky é zebra. O problema é que a minha divisão estava parada, a Cris estava parada, conversei com o Dana White e falei para fazermos acontecer. Não tinha ninguém, a Rocky machucada, não queria botar ninguém na frente da Rocky. Ela não estava pronta para lutar, e eu tinha que fazer algo até para me motivar também. Foi aí que entrou o caso da Cris, mas se a Rocky estivesse pronta já teríamos feito toda a divulgação. O UFC tem que colocar as meninas para lutar, tem gente que assinou e nem lutou ainda. O matchmaker (Mick Maynard) tem que começar a trabalhar, botar as meninas para lutar e ver o que acontece, porque não posso ficar esperando também.