Sexta-Feira 19/04/2024 03:21

Mulheres têm opção de entregar filhos rejeitados para a adoção

Ações Judiciais - Processo Sigiloso

Entre janeiro de 2017 e julho, 21 procuraram o serviço.

Foto: Justiça garante o sigilo da mãe durante todo o processo (Gerson Oliveira/Correio do Estado)

Foram três dias de dores, culpa, mas bem lá no fundo, certo alívio. Ela já estava no segundo mês de gestação quando descobriu a gravidez. A única certeza que tinha era de que não poderia ter aquela criança. Das saídas ao redor, só o que conseguiu enxergar foi o aborto.

“Eu sabia que alguém poderia adotar, mas não sabia que poderia entregar pra Justiça, pensava que isso era até crime, então achei que seria muito arriscado. Poderia ter morrido, mas naquela hora, abortar foi a única alternativa que encontrei”, conta jovem de 28 anos, que aos 15 fez um aborto, porque não tinha condições de ficar com a criança.

Assim como ela, diversas mulheres desconhecem o projeto “Dar a luz”, que existe desde 2002 e é realizado pela Justiça Estadual, em Campo Grande. Ele permite que as mães manifestem interesse em entregar uma criança para adoção e recebam assistência da Vara da Infância e Juventude. 

A situação é chamada de “entrega legal”, que tem por objetivo evitar abandono e garantir proteção da mulher e da criança. “O estatuto da criança e do adolescente reconhece o direito dos pais entregarem os filhos. Não é porque a pessoa gerou aquele filho, que ela não pode mudar de ideia quanto a entregar a criança para adoção. E para que isso aconteça de maneira segura e que a criança não vire uma mercadoria, temos uma formalidade legal que deve ser obedecida, mas muitas pessoas não sabem”, explica a juíza da Vara da Infância e Juventude, Katy Braun. 

Desde janeiro de 2017 até julho deste ano, 21 mulheres procuraram a Justiça para fazer a entrega legal e nove concluíram o processo. “Quando o caso chega aqui, nós recebemos essa pessoa, e damos assistência psicossocial durante o período de gestação ou todo processo”, afirma a juíza.

A Defensoria  Pública também dá orientações que podem auxiliar os pais a mudarem de ideia e ficarem com a criança. “Como dizer que eles têm direito de solicitar alimentos, porque se o problema for meramente material, existem recursos jurídicos e sociais para auxiliar essas pessoas”. 

Dos que procuram a Justiça para fazer a entrega, a maioria é mulher. “Normalmente são gestantes, que não são casadas e têm outros filhos. Mas existem várias situações em que uma pessoa precisa tomar uma decisão dessas. Um exemplo que a gente tem é de pessoas que estão com uma doença terminal, sabem  que vão morrer, não têm parentes para cuidar daquela criança, então, antecipam a situação e num ato de responsabilidade e amor,  procuram a Vara da Infância e dizem que querem entregar a criança”, conta Braun.

Quando se trata de gestantes, o acompanhamento da Justiça é feito durante toda a gestação. A partir do momento  que a mulher ingressa na maternidade para ter o bebê, ela carrega consigo um ofício da Vara da Infância, dando orientações para o hospital de como proceder. Estas orientações incluem não obrigar a mulher a ter contato com a criança, nem amamentá-la, “porque algumas sentem  que vão sofrer mais se fizerem isso”, explica a juíza.

O hospital, então, avisa a Justiça sobre o nascimento e quando a mulher tem alta hospitalar , ela é conduzida à Vara da Infância no mesmo dia, para prestar depoimento e dar uma resposta definitiva sobre a entrega. 

“Ela só pode decidir sobre a entrega depois que a criança nasce. Se mudar de ideia, a vontade dela vai ser respeitada e essa é a grande diferença. Nas entregas clandestinas, uma pessoa se aproveita da situação de uma gravidez indesejada, normalmente passa a ajudá-la financeiramente, começa a fazer enxoval e quando o bebê nasce, a gestante se sente cosntrangida a entregar acriança, mesmo que tenha desistido”.

Conforma a juíza, metade das mulheres que chega com desejo de entregar a criança desiste no curso do processo. “Nós acompanhamos  esses casos por seis meses, para ter certeza que houve uma vinculação adequeada da mãe com o filho e de que a criança está atendida  nos direitos dela”. 

Correio do Estado

Mulheres, opção, filhos rejeitados, adoção

Compartilhar faz bem!

Eventos

  • 1º Encontro dos Amigos da Empaer

    1º Encontro dos Amigos da Empaer

    Cidade:Dourados
    Data:29/07/2017
    Local:Restaurante / Espaço Guarujá

  • Caravana da Saúde em Dourados II

    Caravana da Saúde em Dourados II

    Cidade:Dourados
    Data:16/04/2016
    Local:Complexo Esportivo Jorge Antonio Salomão

Veja Mais Eventos

Balcão de Oportunidades / Empregos(Utilidade Pública)

Não é cadastrado ainda? Clique aqui

Veja todas as ofertas de vagas

Cotações

Indisponível no momento

Universitários

Serviço Gratuito Classificados - Anúnicios para Universitários
Newsletter
Receba nossa Newsletter

Classificados

Gostaria de anunciar conosco? Clique aqui e cadastre-se gratuitamente.

  • Anúncios

Direitos do Cidadão

Escritório Baraúna-Mangeon Faça sua pergunta
  • Tem uma senhora dai de Campo Grande que é uma estelionatá...Tem uma senhora dai de Campo Grande que é uma estelionatária aqui em Cuiabá, levou muita grana nossa, e uma eco esporte. Ela se chama LEUNIR..., como faço pra denunciar ela aí nos jornais?Resp.
  • Boa tarde, minha sogra teve cancer nos seios e retirou um...Boa tarde, minha sogra teve cancer nos seios e retirou um eo outro parcial ja faz um bom tempo que nao trabalha e estava recebendo auxilio doença mas foi cancelada e ja passou por duas pericias e nao consegui mais , sera que tem como ela aposentar?Resp.
  • quanto porcento e o desconto para produtor rural hoje out...quanto porcento e o desconto para produtor rural hoje outbro de 2013Resp.
  • meu irmao cumpriu dois ano e meio de pena foi asolvido 7 ...meu irmao cumpriu dois ano e meio de pena foi asolvido 7 a zero caso ele tenha alguma condenacao esse 2 anos e meio pode ser descontadoResp.
  • gostaria de saber se ae em muno novo vai ter curso pilota...gostaria de saber se ae em muno novo vai ter curso pilotar maqunas agricolas?? se tiver como fasso pra me escreverResp.
+ Perguntas

Espaço do Leitor

Envie sua mensagem:
Sugestões, críticas, opinião.
  • iraci cesario da rocha rocha

    Procuro minha irmã Creusa Maria Cesario ela era de Dracena SP , minha mãe esta idosa 79 anos precisa ver ela se alguem souber nos avisa ..contato 018 996944659 falar com Iraci ..minha irmã foi vista nessa região

  • iraci cesario da rocha rocha

    Boa noite , estou a procura da minha irmã Creusa Maria Cesario desapareceu ha 30 anos , preciso encontrar porque minha mãe esta com 79 anos e quer ver , ela foi vista ai por essa região , quem souber nos avise moramos aqui em Dracena SP

  • maria de lourdes medeiros bruno

    Parabéns, pelo espaço criado. Muito bem trabalhado e notícias expostas com clareza exatidão. Moro na Cidade de Aquidauana e gostaria de enviar artigos. Maria de Lourdes Medeiros Bruno

  • cleidiane nogueira soares

    Procuro por Margarida Batista Barbosa e seu filho Vittorio Hugo Barbosa Câmara.moravam em Coração de Jesus MG nos anos 90 .fomos muito amigos e minha família toda procura por notícias suas.sabemos que voltaram para Aparecida do Taboado MS sua cidade natal

  • Simone Cristina Custódio Garcia

    Procuro meu pai Demerval Abolis, Por favor, me ajudem.Meu telefone (19) 32672152 a cobrar, Campinas SP.

+ Mensagens