CBF aponta redução no doping: de 21 casos em 2017 para sete neste ano
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Relatório da CBF aponta substâncias mais flagradas nos exames nos últimos 10 anos (Foto: Reprodução)
A CBF apresentará na próxima semana, no Congresso Mundial de Medicina do Esporte, uma extensa análise comparativa dos casos de doping no Brasil e no mundo. As notícias são boas. Houve uma redução acentuada do número de casos de 2017 para este ano: de 21 para apenas sete resultados analíticos adversos em 2018. O responsável pelo controle de doping na CBF, Fernando Solera, fará uma apresentação no evento onde mostrará estatísticas relacionadas ao doping, incluindo substâncias mais recorrentes, nos últimos 10 anos.
O que mais preocupa a entidade no momento: corticoides e diuréticos, remédios com venda controlada, e que estão entre as substâncias mais flagradas nos exames. Os diuréticos auxiliam na perda de peso e servem também para mascarar o uso de outras substâncias. Já os corticoides têm efeito anti-inflamatório, podem provocar euforia, e são normalmente usados em infiltrações para que um atleta possa, por exemplo, jogar sem dor.
- O doping no futebol brasileiro está apresentando sinais matemáticos evidentes de diminuição. Estamos chegando a uma taxa bastante baixa, mas ainda não chegamos ao zero. Doping é fraude, então 0,2% de fraude não é bom para ninguém. A meta é chegar no zero por cento. O que mais preocupa é sem dúvida a presença de diuréticos e corticoides na urina dos jogadores. Porque essas duas substâncias deveriam ser de uso exclusivo de receituário médico. E se essa estatística for de receituário médico, temos de abordar a comunidade médica que atua com os jogadores. E, se não for, pior ainda, porque é sinal que atletas estão conseguindo na farmácia sem receita médica - explicou Solera.
O crescimento do uso dos diuréticos e corticoides no futebol brasileiro fica claro em outro gráfico, que compara o percentual dos casos de doping com essas substâncias no futebol nacional ao futebol mundial, além de incluir outros esportes comparando com o total de casos registrados pela Wada (a Agência Mundial Antidopagem, na sigla em inglês).
No caso do futebol brasileiro, 18% dos casos envolveram diuréticos entre 2013 e 2016, enquanto no futebol mundial o número cai para 5%, e 12% em outros esportes. Já os corticoides respondem por 25% dos casos de doping nesse período no futebol brasileiro. No futebol mundial, a incidência é de 15% e, em outros esportes, somente 6%. Por outro lado, o uso de anabolizantes é muito superior no futebol mundial (40%) e em outros esportes (47%) em relação ao futebol brasileiro (25%).
O relatório mostra, além da diminuição dos casos neste ano, um número recorde de testes em 2017: 4.964, com 21 resultados positivos para doping (foram encontradas 23 substâncias proibidas, mas em dois casos havia permissão de uso terapêutico e, portanto, só foram computados 21 resultados analíticos adversos). As substâncias mais flagradas foram justamente os diuréticos, com sete casos, e os corticoides, com seis.
Há também um gráfico mapeando as substâncias encontradas nos exames de atletas nos últimos 10 anos. De 2008 a 2018, 125 exames apontaram presença de substâncias proibidas no futebol brasileiro. Foram 25 casos de corticoides, 21 de estimulantes, 20 de estimulantes não especificados (caso da cocaína), 19 de diuréticos, 18 de agentes anabolizantes, nove de canabinoides, sete de hormônios e moduladores metabólicos, cinco de hormônios peptídeos ou de crescimento, e um de broncodilatadores.
Os exames, desde o segundo semestre de 2017, estão sendo feitos no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). As amostras são colhidas por empresa contratada pela CBF com técnicos certificados pela Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
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