Novo projeto da Sauber convenceu Kimi Raikkonen a permanecer na Fórmula 1
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Finlandês volta à equipe pela qual fez sua estreia na categoria, em 2001; companheiro do Homem de Gelo ainda não foi definido, e candidatos são Marcus Ericsson e Antonio Giovinazzi
Dan Istitene/Getty Images
É provável que o carro da Sauber que Kimi Raikkonen pilotará nos dois próximos anos não o limite a apenas não ficar nas últimas colocações. Antes de assinar contrato com a equipe suíça, Raikkonen e seu empresário, o inglês Steve Robertson, se reuniram com o proprietário, o banqueiro italiano Pascal Picci, da financeira Longbow, e o diretor geral do time, o francês Frederic Vasseur, para conhecer o que está sendo feito para a Sauber crescer na F1. E foi decisivo para o negócio dar certo. Contou a fonte para o GloboEsporte.com nesta terça-feira.
Como faz sentido acreditarmos que Raikkonen deverá receber bem menos que na Ferrari, o fato de aceitar a oferta, perto de completar 39 anos, dia 17 de outubro, e assinar por duas temporada, 2019 e 2020, sugere que Picci e Vasseur o convenceram de que vale a pena acreditar no projeto. A argumentação deve ter sido convincente mesmo, pois a Williams, última colocada, dificilmente repetirá, no ano que vem, a pior temporada da sua história.
A trajetória de Raikkonen na F1 começou na Sauber, em 2001, depois de ter disputado um único ano no automobilismo, em 2000, e ter vencido o Campeonato Britânico de F Renault 2.0, disputado em apenas dez etapas. Recorde de precocidade. Hoje, com a obrigatoriedade de pontos na carteira para obter a superlicença, um piloto deve ter mais experiência para estrear na F1.Isso mostra a extensão do talento de Raikkonen. Um teste com o carro da Sauber, aos 21 anos, convenceu o time a investir nele.
Na temporada seguinte já estava na McLaren. Agora, 18 anos depois, já campeão do mundo, em 2007, pela Ferrari, 20 vitórias, 100 pódios e 18 poles, muito rico e pai de um casal de crianças, o finlandês está de volta onde se apresentou ao universo da F1.
Companheiro desconhecido
Picci e Vasseur não responderam à provável pergunta de Raikkonen sobre o companheiro de equipe. O sueco Marcus Ericsson tem relações também comerciais com Picci, o que explica em grande parte ser mantido na escuderia este ano, e já são quatro anos na Sauber, apesar de expor importantes limitações como piloto. Incrivelmente Ericsson pode ganhar mais um ano de contrato. Mas a concorrência, desta vez, é grande.
A começar pela pressão das novas lideranças da Ferrari, John Elkann, presidente, e Louis Camilleri, diretor, para o acordo com falecido ex-presidente, Sérgio Marchionne, ser observado. Marchionne estabeleceu uma grande relação com Picci. Fornece para a Sauber a unidade motriz e todo o conjunto traseiro do carro, transmissão e suspensão.
E Picci divulga a marca Alfa Romeo, do Grupo Fiat, quem Marchionne também presidia. O próprio nome da montadora italiana faz parte do nome do time, Alfa Romeo Sauber, além de aparecer na parte mais nobre do carro, a lateral da tomada de ar, a de visualização mais fácil.
Agora Elkann e Camilleri, como estão seguindo os passos já dados previamente por Marchionne, como confirmar a contratação do talentoso monegasco Charles Leclerc, 20 anos, para a vaga de Raikkonen na Ferrari, é provável que desejem que o companheiro do finlandês na Sauber seja o italiano Antonio Giovinazzi, terceiro piloto da Ferrari, projeto de Marchionne para 2019.
O vice-campeão da então GP2, hoje F2, em 2016, Giovinazzi, já disputou os GPs da Austrália e da China, no ano passado, pela Sauber, em substituição ao alemão Pascal Wehrlein, convalescendo de um acidente. Causou boa impressão em Melbourne, mas em Xangai semidestruiu o carro duas vezes, exatamente no mesmo local, a entrada da reta dos boxes. Ele ainda tem chances por conta desse acordo de Marchionne com Picci.
É grande a pressão para que a Itália volte a ter um piloto na F1, o que não acontece, por toda a temporada, desde 2011, com a saída de Jarno Trulli da Lotus.
Mas como a contratação de Raikkonen não era algo esperado, pode ser que a escolha do seu parceiro seja também uma surpresa, como por exemplo um dos pilotos da Academia Mercedes, Esteban Ocon, da Racing Point Force India, e George Russell, líder da F2. Toto Wolff, diretor da escuderia da montadora alemã, parece disposto a todo tipo de acordo para manter ao menos Ocon na F1. Não é um negócio lógico, porém não impossível.
Ferrari, grande parceira
A relação da Sauber com a Ferrari cresceu este ano a ponto de o desenhista-chefe dos italianos, Simone Resta, deixar Maranello, em junho, para trabalhar em Hinwil, próximo a Zurique, sede da Sauber, no projeto de 2019, junto de outro italiano, o engenheiro Luca Furbatto, ex-McLaren e STR, e o desenhista-chefe Eric Gandelin.
É bem possível que o modelo C38-Ferrari da Sauber, em 2019, se baseie muito no SF71H da Ferrari nesta temporada, como tem feito a Haas, há três anos, em relação ao carro da escuderia italiana do campeonato precedente. E a Haas disputa com a Renault, hoje, a quarta colocação entre os construtores, ou seja, o melhor fora dos três por enquanto inatingíveis, Mercedes, Ferrari e RBR.
Como Resta teve participação direta na concepção do eficientíssimo modelo SF71H de Vettel e Raikkonen, este ano, é provável que Picci e Vasseur mostraram a Raikkonen que partindo dessa base a Sauber tende a crescer e não pouco em 2019, dar o salto que a Haas deu nesta temporada.
Outra consequência da contratação de Raikkonen é o provável aumento do nível de investimento no time. Picci e Vasseur da mesma forma devem ter mostrado ao piloto seus planos de melhora do orçamento e as implicações desse importante avanço. O grupo técnico da Sauber é capaz, pois com pouco dinheiro está conseguindo, este ano, performances muito boas.
É certo que o talento de Leclerc e a maior potência da unidade motriz Ferrari têm sido decisivos nos resultados obtidos, como o sexto lugar no GP do Azerbaijão, e em quatro outras oportunidades chegar entre os dez primeiros, os que marcam pontos. Mas Ericsson também levou pontos para o time, quatro vezes, atestando o crescimento do grupo. Isso faz da Sauber a nona no Mundial de Construtores, com 19 pontos, 9 a menos da Racing Point Force India, oitava, e 14 a mais da Williams, décima.
Neste fim de semana, no Circuito Marina Bay, em Singapura, Leclerc, já sabendo que será companheiro de Sebastian Vettel na Ferrari, em 2019, e Ericsson têm chances de voltar a marcar pontos para a Sauber, como aconteceu em outros dois traçados de rua, este ano, Azerbaijão e Canadá.
Os treinos livres da 15ª etapa do calendário começam às 5h30, horário de Brasília.
Globo Esporte/PH
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