Quarta-Feira 24/04/2024 10:49

Ídolo do Vasco, Geovani relembra clássicos e histórico positivo contra o Flamengo

Brasil - Esporte - Futebol


Ricardo Medeiros/A Gazeta

O Vasco entra em campo neste sábado, no Mané Garrincha, para enfrentar o seu arquirrival Flamengo, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Os cruz-maltinos chegam para o confronto na zona de rebaixamento e sem vencer há quatro jogos. Esse cenário dá um peso ainda maior ao clássico deste final de semana.

E um dos grandes ídolos da história do Vasco pode servir de inspiração para os atuais jogadores do clube: Geovani, o Pequeno Príncipe. O ex-jogador defendeu as cores do Gigante da Colina durante as décadas de 1980 e 1990, e seu retrospecto contra o Flamengo é positivo.

Geovani enfrentou o Flamengo 28 vezes (por competições oficiais). O retrospecto é de 12 vitórias, sete empates e nove derrotas. De acordo com o ex-jogador, a característica dos times do Vasco que ele fez parte era o segredo para o sucesso nos clássicos.

- Eu ganhei mais do que perdi para o Flamengo. O que acontecia naquela época: o Vasco era tido como o time da raça, da virada, e o Flamengo era o time da habilidade, que só tocava a bola e fazia um jogo bonito. O Vasco, entretanto, começou a aliar técnica com força, então passou a vencer o Flamengo. O Flamengo tinha toda técnica, mas o Vasco aliou as duas coisas.

O ex-jogador, no entanto, foi às redes em apenas um clássico diante do Flamengo. O gol saiu em um jogo válido pelo Campeonato Carioca de 1984, quando Geovani em um belo chute, que encobriu o goleiro Fillol, deu a vitória ao Vasco, por 1 a 0 (assista ao gol no vídeo abaixo).

O ídolo cruz-maltino rechaça os comentários de que o seu único gol no clássico contra o Flamengo tenha sido um lance de sorte. Segundo Geovani, aquela jogada foi resultado de muito treinamento.

- Todo mundo ficou falando que foi sorte, mas eu já tinha feito outros gols de cobertura. E no mundial de Júnior eu fiz um de cobertura com a perna esquerda. E nos treinamentos, em Guadalajara, para o Mundial, eu ficava treinando essas jogadas, e tinha um jornalista, que agora eu não me recordo o nome, que ficava na arquibancada e fala que eu nunca iria fazer gol assim. E contra a Tchecoslováquia eu fiz um gol de cobertura. No jogo diante do Flamengo, eu sabia que o Fillol jogava adiantado, ele adiantava pra diminuir o espaço do jogador, então era só tocar por cima.

De embaixadinhas a lençol

Um lance muito lembrado pelo amante do futebol são as embaixadinhas feitas por Edílson, ex-atacante do Corinthians, na final do Campeonato Paulista de 1999. O lance acarretou numa briga generalizada entre atletas do Corinthians e do Palmeiras, rival dos alvinegros na decisão.

Segundo Geovani, ele fez uma jogada semelhante a de Edilson num clássico diante do Flamengo. O ex-jogador, porém, diz que na sua época o revide a jogadas de efeito não vinha em forma de agressões ou pontapés, como foi no lance acima e é muito comum no futebol atual.

- Teve um clássico que o árbitro parou a partida, mas eu dominei a bola e fiz embaixadinhas. Eu não fiz para humilhar ninguém, mas falaram que eu estava humilhando. Porém, na nossa época, contra Renato Gaúcho, Bebeto… eles iam à forra, mas não para dar pontapé, mas para dar caneta e lençol. No clássico seguinte, eu e Renato estávamos convocados para a Seleção Brasileira e após o jogo nós iríamos nos concentrar juntos, e naquela época, fora de campo, a gente se gostava e se respeitava. E aí o Flamengo abriu o placar aos 10 minutos e o Renato passou perto de mim e falou: “quero ver fazer gracinha agora”, lembrando das embaixadinhas. Eu olhei para o placar e mostrei que tinha apenas 10 minutos de jogo. No final nós vencemos por 2 a 1. Quando ele chegou na concentração da Seleção, eu abri a porta, ele estava com a chuteira na mão e jogou em mim de brincadeira (risos).

Se na história citada acima Geovani foi à "forra" contra Renato Gaúcho ganhando o clássico após a provocação do atual técnico do Grêmio, o Pequeno Príncipe relembrou uma outra na qual ele diz ter sido "humilhado" pelo ex-lateral Leandro, ídolo rubro-negro.

- Teve um clássico que o Leandro me deu um lençol que me humilhou. Após o lance eu falei com ele: “Leandro, para com isso, você me humilhou”. Ele me respondeu: "pô, Geovani, foi sem querer”. Olha o craque que ele era… Jogava demais, um monstro!

Amizade que extrapolou a rivalidade

Ao discorrer sobre as histórias vividas durante o período como jogador, Geovani fala com muita admiração a respeito de jogadores que ele atuou, no Vasco, e enfrentou, no Flamengo. Sobre Zico, contemporâneo dos gramados e grande ídolo do torcedor flamenguista, o Pequeno Príncipe diz que ele era uma referência.

Porém, segundo Geovani, o seu grande amigo no Flamengo foi o ex-goleiro Zé Carlos, que faleceu em 2009, vítima de câncer. Os dois atuaram juntos na Seleção Brasileira e criaram um forte vínculo, extrapolando a rivalidade existente entre vascaínos e flamenguistas.

- O Zé Carlos era um grande amigo, mas nós sempre jogamos contra. Ele é um cara que sinto saudade. Ele era sensacional, ia na minha casa direto. Teve um dia que estava no Rio e chegou a notícia que o Zé Carlos teve um problema no estômago. Fui no hospital na hora, cheguei lá e a notícia era de um câncer no estômago. Uma das cenas mais emocionantes que eu vi na minha vida foi o Andrade dando uma entrevista homenageando ele, no primeiro jogo após ele assumir o Flamengo e ter vencido o Santos na Vila Belmiro, uma semana depois de ele ter falecido. O Zé Carlos era um dos caras mais queridos no meio do futebol.

30 anos do bi

No último dia 22 de junho completou 30 anos da última vez que o Vasco venceu o Flamengo em uma decisão de campeonato. A competição em questão era o Campeonato Carioca de 1988. O clássico ficou marcado pelo gol histórico de Cocada e tudo que cercou o lance.

A partida, a segunda da decisão, estava empatada em 0 a 0, quando aos 41 minutos Cocada entrou no jogo. Três minutos depois ele fez o gol que garantiu o título ao Vasco, porém, pela exaltada comemoração, ele foi expulso do jogo.

Apesar de muitos se lembrarem daquele título por conta do gol de Cocada, muitos se esquecem que Geovani foi eleito o craque daquele Campeonato Carioca (assista abaixo a todos os gols do capixaba no Estadual 1988). O feito obtido é exaltado e relembrado com muito carinho pelo Pequeno Príncipe, principalmente por conta dos seus concorrentes naquele período.

- Eu fiquei de fora de uma partida. Eu joguei todas. E eu fui escolhido o melhor jogador do Campeonato Carioca dois anos seguidos. Em 1986 eu estive na seleção do campeonato, mas em 1987 e 1988 eu fui escolhido o craque da competição. Eu não fui escolhido o craque do campeonato jogando contra qualquer um, lá tinha Zico, Bebeto, Renato Gaúcho, Romário, Roberto Dinamite... Então, ser escolhido no meio de toda essa turma, eu devo ter sido bom.

Atual momento

O Vasco vive um dos momentos mais difíceis da sua centenária história. E a briga na parte de baixo da tabela do Brasileirão evidencia isso. Ciente da situação, Geovani acredita que o Gigante da Colina encontrará muitas dificuldades no clássico deste sábado.

- O Vasco tem que fazer de tudo para não ser massacrado, porque o Flamengo está bem acima do Vasco. E pra estar acima do atual Vasco qualquer um consegue. O nível do Vasco está muito abaixo do que foi o Vasco. Vergonha de ser vascaíno? Nunca! E esse Vasco está nos deixando muito preocupado. Se cair de novo, vai ser humilhante.

Com a propriedade de quem já enfrentou o Flamengo inúmeras vezes, o Pequeno Príncipe sabe que uma vitória pode ser o divisor de águas para o Vasco na competição.

- O clássico de maior rivalidade no Rio é Vasco e Flamengo, então uma vitória muda muito a cabeça de quem está comandando. Uma vitória contra o Flamengo não é algo impossível, mas muda toda a situação.

Uma derrota, porém, pode significar o fim da linha de Alberto Valentim à frente do comando técnico vascaíno. O treinador dirigiu o time em quatro partidas, e foi derrotado em todas elas. A sua situação, portanto, é delicada. Em caso de outro revés, Geovani acredita que o profissional não se mantém no cargo.

- Não é o certo, mas o que vai acontecer (caso o Vasco perca). Quatro jogos e quatro derrotas, e para o Flamengo ainda? Não é o certo, mas vai acontecer. Ele não vai aguentar a barra, é capaz de ele mesmo pedir para sair. O problema do Vasco não é o treinador, são as peças que não são a realidade do Vasco - finalizou.

Gshow/ JM

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