Quinta-Feira 25/04/2024 23:50

Alckmin diz que partidos estão fragilizados e que 'quem ganhar subirá a rampa em dia de chuva com lata d'água na cabeça'

Brasil - Política - Eleições 2018

Candidato do PSDB é o 2º da série de entrevistas do Jornal da Globo. Ele defendeu a reforma da Previdência e que aposentadorias por idade tenham tempo mínimo de contribuição.

Foto: Divulgação

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou na noite desta terça-feira (18) em entrevista ao Jornal da Globoque o próximo presidente tomará posse "em dia de chuva com lata d’água na cabeça" e que "todos os partidos estão fragilizados". "Todos, inclusive o meu."

"Eu fico preocupado de ver o Brasil ir para os extremos, eu acho que isso pode ser muito ruim para o país. Ninguém está convidando ninguém para um banquete. Quem ganhar a eleição é subir a rampa [do Palácio do Planalto, para tomar posse] em dia de chuva com lata d’água na cabeça. Não é fácil", afirmou.

Alckmin é o segundo entrevistado da série que o Jornal da Globo fará nesta semana com os candidatos à Presidência mais bem colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada na última sexta-feira (14). A apresentadora Renata Lo Prete também entrevistará Fernando Haddad (PT) e Marina Silva (Rede) – Ciro Gomes (PDT) foi entrevistado na segunda-feira (17). O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, permanece internado se recuperando do atentado que sofreu em 6 de setembro e não será entrevistado neste momento.

Ele também falou que é a favor de uma idade mínima na reforma da Previdência e um tempo mínimo de contribuição para ter direito ao benefício. Questionado sobre qual seria a idade mínima, Alckmin falou que sua proposta será para combater privilégios. A jornalista insistiu na pergunta: "eu queria não me estender demais nesse assunto, mas tentar ainda uma vez ouvir do senhor: idade mínima para aposentadoria". Ao que ele respondeu: "idade mínima nós vamos definir nesse debate" (leia mais abaixo).

Coligação x reforma política

O candidato foi questionado sobre sua proposta de reforma política, de reduzir o número de partidos no Congresso, e se não é uma contradição buscar um grande número de partidos para formar uma aliança para se eleger e, uma vez na Presidência, pedir para estes partidos votar em uma reforma que vai reduzi-los. "Nós fizemos uma coligação para mudar o Brasil, porque você não vai mudar isolado, então a coligação que eu fiz é olhando para o futuro."

Alckmin é o candidato à Presidência com a maior coligação de partidos: PSDB, PP, PTB, PSD, SD, PRB, DEM, PPS e PR (nove siglas). A ampla aliança garantiu a Alckmin o maior tempo de propaganda na televisão.

Lo Prete questionou Alckmin sobre lideranças de partidos de sua coligação que passaram a apoiar outros candidatos. "Quando o senhor se aliou a essas siglas, várias delas implicadas no 'petrolão' e em outros escândalos, o senhor disse que não estava assinando só por causa do tempo de TV, mas porque o senhor queria um apoio político sólido e lá na frente governabilidade. Olhando essa sua situação de agora, e o movimento que esses políticos estão fazendo, o senhor acha que valeu a pena?"

Alckmin respondeu: "A nossa aliança, a minha aliança, todo mundo quis fazer". A jornalista insistiu: "Eu não estou lhe dizendo que outros não quiseram fazer. Eu estou lhe perguntando se, à luz de hoje, valeu a pena". Alckmin disse: "Valeu. Porque eu quero ganhar a eleição e governar bem. Eu não quero é mentira. Quem disse que vai mudar o Brasil e não tiver aliança, isso é conversa fiada. É mentira. Eu quero ganhar e fazer um grande governo".

Rejeição em SP e estagnação nas pesquisas

Ele então foi perguntado sobre o seu desempenho atual nas pesquisas em São Paulo, após bons resultados do PSDB e partidos coligados nas últimas eleições: "O senhor não lidera no seu próprio estado, e um em cada cinco eleitores de São Paulo manifesta a intenção de votar no senhor. Isso não é um indicativo claro de rejeição ao senhor, ao seu governo e ao seu partido? Não é um indicativo claro?", questionou Lo Prete.

Alckmin respondeu: "Primeiro em relação aos partidos: todos os partidos estão fragilizados. Todos, inclusive o meu. Eu reconheço, todos estão fragilizados. Em termos de rejeição, eu tenho das menores rejeições. A gente fica muito impactado com pesquisa eleitoral, mas as últimas eleições todas mostram que a decisão do voto ela é cada vez mais perto do dia da eleição. A pesquisa de quatro dias antes da eleição é uma, de três dias antes é outra, de dois... E no dia, no dia às vezes muda nove por cento".

Ele foi questionado a que ele atribui o fato de não ter crescido nas pesquisas eleitorais, apesar de ter muito mais tempo de televisão que os rivais. Alckmin tem 7% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada na noite desta terça-feira (18) – eram 9% em 4 e em 11 de setembro e 7% em 28 de agosto.

Alckmin afirmou que irá para o segundo turno. "Se pegar a eleição em que fui candidato à Presidência da República [em 2006], a 12 dias da eleição a minha diferença do Lula era 24 pontos na pesquisa, na hora em que abriu a urna eram sete pontos, diferença de 17 pontos".

Ele afirmou que "uma parte do eleitor que está ali com Bolsonaro, ele está com medo do PT, então ele acha que o Bolsonaro é o que pode ganhar a eleição do PT. É o contrário, o Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT porque no primeiro turno tem 13 candidatos, eu escolho um, no segundo turno ficam dois, é rejeição: eu não quero este voto no outro. O Bolsonaro é a maior rejeição, eu tenho das menores. Eu acredito que a última onda, que é a onda que vale, nós vamos chegar lá pra mudar o Brasil".

Autocrítica do PSDB

Ao falar de corrupção, Lo Prete lembrou eventos recentes envolvendo tucanos, como Beto Richa, ex-governador do Paraná, e Reinaldo Azambuja, atual governador do Mato Grosso do Sul, que foram alvos de operações. Falou também da denúncia do MP paulista contra o próprio Alckmin e do caso de Aécio Neves, ex-presidente do partido. "Se o PSDB tivesse feito algum tipo de depuração, se tivesse descartado seus implicados em corrupção de uma maneira clara e rápida, se tivesse feito alguma autocrítica, o senhor acha que estaria numa situação melhor diante do eleitor hoje?", questionou.

"Crítica é sempre bom", respondeu Alckmin, que também disse que ouviu uma autocrítica ao PSDB feita pelo senador Tasso Jereissati. "Gostei. Eu sou de Santo Agostinho: prefiro os que me criticam porque me corrigem, aos que me adulam porque me corrompem. Então não tenho nenhum problema", disse.

Alckmin disse que Aécio deixou a presidência do partido "porque sabia que tinha que sair" e que Richa e Azambuja "vão explicar". "O que a sociedade quer? Que se investigue. Se apure. Quem é culpado que pague por isso. Quem não é seja inocentado", afirmou.

O candidato aproveitou para citar medidas que pretende tomar para combater a corrupção. "Eu vou fortalecer os órgãos de fiscalização, Ministério Público, Polícia Federal. Vou colocar no Código Penal a tipificação do crime de improbidade e vou inverter o ônus da prova. Você, agente público, pode ser eleito ou não eleito, não comprovou a origem do seu patrimônio, confiscado. Perdimento do patrimônio."

A jornalista citou, então, o que o senador apontou como os 3 principais erros do partido: ter questionado a vitória de Dilma Rousseff em 2014, ter votado contra medidas básicas de boa gestão da economia apenas porque estavam na oposição, e finalmente ter entrado no governo Temer. "O senhor concorda que foram três erros?", questionou Lo Prete.

Alckmin lembrou que foi contra a decisão do partido de entrar no governo Temer. Sobre o questionamento da vitória petista, ele disse que não é "dessa coisa de judicializar", mas que, "se você tem uma denúncia, precisa fazê-la". Sobre as votações, ele disse que o PSDB tem votado coerentemente e defendeu a atuação do partido quando estava na oposição.

"Eu não me lembro de uma proposta da Dilma, do interesse do país, que a gente não tenha votado. Embora é dever do PT, que é governo, se viabilizar. Na realidade... Não pode querer culpar o PSDB pelo desastre de 13 milhões de desempregados, o desarranjo das contas públicas e a irresponsabilidade. O PT é um partido sem limite, totalmente sem limite", disse.

Reforma da Previdência

Alckmin afirmou que a sua proposta para reformar a Previdência tem dois objetivos: unificar o regime geral do INSS ao dos servidores públicos federais e reduzir o déficit atual. "Ter um regime só de Previdência, com as mesmas regras. Esse é o primeiro objetivo. O segundo é de déficit, porque os sistema tem que ter higidez do ponto de vista atuarial".

"A pergunta é: mas o Congresso aprova? Aprova. Porque a gente tem que explicar que o modelo atual, ele tem privilégios. Tem benefício de R$ 37 mil pago pelo pobre", afirmou o candidato. Ele também defendeu manter a vinculação ao salário mínimo para o piso do INSS, excluir da reforma quem está próximo de se aposentar e tornar obrigatório o tempo de contribuição: "aposentadoria por idade ou por tempo de serviço claro que precisa ter tempo de contribuição".

Outros temas

- Ajuste fiscal

Pergunta: Quando a gente vê a situação fiscal do país e o grau de engessamento dos recursos federais, o senhor não considera inviável reproduzir no plano nacional o mesmo modelo que o senhor seguiu na segurança pública em São Paulo?

Resposta: É importante a sua pergunta, porque exatamente o que nós fizemos foi o ajuste fiscal. São Paulo fez ajuste fiscal, não aumentou nenhum imposto e teve superávit ano passado de R$ 5,3 bilhões, e o governo federal tem um déficit vergonhoso. O ano que vem já está previsto na LDO de R$ 139 bilhões. O que está faltando é governo. Quem apaga a luz é quem paga a conta. O presidente da República tem que liderar o corte de gastos. Vender avião, helicóptero, fechar ministério, reduzir pessoal, privatizar empresas, 146 empresas estatais. Eu vou fazer o ajuste. O que é um bom ajuste fiscal? Você deixa de ter déficit e recupera a capacidade de investimento. Aperta o cinto de um lado e investe no que interessa, que é melhorar a segurança, salvar vidas... Vou pegar 150 cidades mais perigosas, com maior indicador de assassinatos e criminalidade, e vou fazer uma força-tarefa, em janeiro do ano que vem, nestas 150 cidades.

- Segurança

Pergunta: O senhor diz no seu programa que pretende criar uma agência nacional de inteligência e uma guarda nacional. Em que o senhor acha que um novo órgão e uma nova força nacional podem contribuir para resolver o problema da violência num país que tem mais de 60 mil mortes violentas por ano?

Resposta: Primeiro Renata, nós já fizemos isso. São Paulo tinha 13 mil assassinatos por ano, nós reduzimos, o ano passado, para 3.503. São 10 mil vidas salvas por ano. [...] O Brasil teve o ano passado um triste recorde: 63 mil assassinatos. O que está por trás de tudo isso? Tráfico de drogas e tráfico de armas. Por onde entram estas drogas? [...] Está entrando pelas fronteiras, e armamento pesado. Então o nosso problema é de fronteiras. Não é simples porque são 17 mil quilômetros de fronteiras secas. Eu procurei, conversei com as Forças Armadas, com o general Villas-Bôas. Você tem um sistema de tecnologia. Chama Sisfron, e na Amazônia, Sipam. Então nós vamos ampliar mais rapidamente o controle das fronteiras com tecnologia. Gestão: não é criar órgão novo, é integrar a inteligência e a informação das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Abin, da Polícia Rodoviária Federal e dos estados, integrar a informação e a inteligência. E finalmente a Guarda Nacional. Hoje você tem a Força Nacional. O que que é a Força Nacional? Você empresta o PM de um estado para atuar em outro. Então você tira 500 policiais militares de São Paulo, tira 400 do Paraná. Faz falta e o policial militar vai trabalhar num estado que ele não conhece. Então eu pretendo ter sim uma Guarda Nacional com os conscritos das Forças Armadas, aqueles que estão saindo, para poder ter uma força permanente. Cada brigada com 5 mil homens e mulheres.

- Educação

Pergunta: Eu sinto que o senhor está apresentado aqui uma série de indicadores que dizem respeito ao conjunto do período em que o senhor foi governador. O que é compreensível, mas acho importante analisar alguns dados mais recentes, e esses dados são mais preocupantes, candidato. Na última prova do Pisa, a mais recente, São Paulo não ficou entre os cinco melhores estados em nenhuma das disciplinas. E ele é o estado não só mais rico, mas com mais recursos, como o senhor mesmo está dizendo. Se a gente sair do Pisa e vier para o Ideb, o nosso próprio indicador, São Paulo perdeu a liderança nas duas etapas do ensino fundamental e no ensino médio. O senhor não acha que em relação aos resultados mais recentes cabe alguma uma autocrítica?

Resposta: Sempre pode melhorar. Sempre pode melhorar. Agora, o que é importante destacar? São Paulo melhorou no primeiro ciclo, do primeiro ao quinto ano, melhorou no segundo ciclo, tudo cresceu. Caiu 0,1 no médio. E nós fizemos um reparo: cada vez está tendo mais alunos, que são os melhores alunos [das Etecs], que não estão sendo avaliados, equivocadamente. Aliás, estava até na resolução do MEC que era para avaliar os alunos que também fazem o ensino técnico. Mas eu queria destacar o seguinte: no que nós precisamos investir para valer? É na educação infantil. Por quê? O aluno que faz a pré-escola, hoje tem 440 mil crianças sem vagas no Brasil. Eu pretendo zerar, nenhuma criança fora da Emei, da pré-escola, a criança que faz a pré-escola, 4 e 5 anos de idade, ela vai entrar no 1º ano do ensino fundamental praticamente alfabetizada. Ela vai entrar praticamente alfabetizada. Um outro dado importante, Renata, que precisa o telespectador entender. No Brasil, de cada 100 alunos que entram no ensino médio, só 59 se formam: 41% abandonam o ensino médio. São Paulo é o primeiro do Brasil, 72,5% concluem o ensino médio. Nós temos a menor evasão escolar do Brasil. Eu fico feliz que os outros estados também melhoraram, é bom isso, essa é uma disputa boa.

G1

Geraldo Alckimin, corrida eleitoral,

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