Polícia Civil e MP-RJ prendem 15 suspeitos de integrar milícias em São Gonçalo e Maricá
Brasil - Ações Coletivas - Operações Gerais
Operação procura prender 24 pessoas. Força-tarefa investiga suposto apoio de policiais militares do Batalhão de São Gonçalo. Algumas das ordens partiam do Complexo Penitenciário de Bangu.
Foto: Um dos presos na Operação Gerais, contra milícias (Reprodução/TV Globo)
A Policia Civil e o MP-RJ deflagraram nesta segunda-feira (24) a Operação Gerais, com o objetivo de desarticular milícias que atuam em São Gonçalo e Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Até as 8h, 15 pessoas foram presas. São 24 mandados de prisão no total. A investigação apurou que a arrecadação mensal da organização criminosa girava em torno de R$ 100 mil por mês, podendo chegar a R$ 1,2 milhão ao ano.
Uma das equipes enfrentou intenso tiroteio em Itaboraí, onde há um braço armado de um dos núcleos paramilitares. Não há informações de feridos.
Estão na mira da força-tarefa três grupos distintos:
- O chefiado por Anderson Cabral Pereira, o Sassa, em Porto Velho, Porto Novo e Pontal, em São Gonçalo; Sassa já estava preso;
- O de Luis Claudio Freires da Silva, o Zado, em Engenho Pequeno e Zumbi, em São Gonçalo; Zado foi preso esta manhã.
- O comandado por Wainer Teixeira Júnior, em Itaipuaçu e Inoã, em Maricá. Wainer já estava preso.
Os criminosos são suspeitos de cometer dezenas de homicídios nas duas cidades, em disputas por território e na cobrança de serviços. A polícia também investiga se as quadrilhas contam com o apoio de PMs do 7º BPM (São Gonçalo).
Os grupos impõem segurança privada e controlam o transporte por van, pontos de televisão clandestina e a venda de botijões de gás de cozinha, além de obrigar a comercialização de cigarros clandestinos.
As investigações apontam que algumas ordens partem de dentro do Complexo Penitenciário de Bangu, mais precisamente da Cadeia Pública Bandeira Stampa, Bangu 9.
A operação é conduzida pela Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ.
Homicídios levaram à quadrilha
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da unidade, as investigações tiveram início em janeiro deste ano a partir de informações de inquéritos de homicídios na área de Neves, em São Gonçalo. A apuração levou os investigadores a Felipe Raoni da Silva, conhecido como Mineirinho, apontado como o autor dos crimes.
Com base em interceptações telefônicas autorizadas pela justiça, o núcleo de inteligência da especializada constatou que Mineirinho prestava serviço para dois dos grupos criminosos.
Os paramilitares ingressavam no território a partir do assassinatos de traficantes de drogas ou assaltantes e assumiam o domínio do local alegando que iriam trazer paz e tranquilidade a comerciantes e moradores.
Após assumirem o controle do território, o que chamavam de “ganho de chão”, os milicianos faziam o “aumento da folha" iniciando a cobrança de "taxa de segurança". Os valores eram cobrados de acordo com o tipo de negócio, podendo chegar até R$12 mil por estabelecimento.
Em alguns casos, os milicianos expulsavam familiares de rivais tomando os imóveis para a organização criminosa. Além das extorsões e a cobrança das "taxas de segurança" os criminosos exploravam ilegalmente os serviços de gás e TV a cabo.
G1
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