"Mais forte do que nunca", Hamilton revela ambição de se tornar empresário
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Em entrevista ao GloboEsporte.com, piloto britânico da Mercedes fez as vezes de dirigente e deu pitacos nas regras da categoria, em Sochi, na Rússia
Lewis Hamilton no GP da Rússia de 2018 — Foto: Clive Mason/Getty Images
Quem viu Lewis Hamilton de perto nesta quinta-feira no luxuoso motorhome da Mercedes, no Circuito de Sochi, na Rússia, poderia pensar tudo a seu respeito, menos que neste fim de semana disputa uma etapa do campeonato, 16ª do calendário, potencialmente decisiva quanto a poder deixar mais claro quem será campeão do mundo. Ele ou seu adversário, Sebastian Vettel, da Ferrari.
A expressão corporal, movimentos lentos, o ritmo da voz, pausado, a atenção às perguntas e a postura autoconfiante definem um ser humano consciente da sua capacidade e altamente em paz consigo próprio. A performance impressionante nas pistas e a liderança do mundial sugerem ser decorrência desse estado de espírito elevado e não essa tranquilidade toda ser o resultado da importante vantagem na classificação. Esta foi construída pela harmonia e equilíbrio descritos.
- Você acredita que nunca esteve tão forte como agora?
- Sem dúvida, estou mais sadio, mais feliz, mais forte do que nunca. A reposta é sim.
Como se vê, Vettel enfrentará um concorrente muito bem preparado já a partir dos primeiros treinos livres, nesta sexta-feira, às 5 horas, horário de Brasília. Mas não é novidade para o piloto alemão. A solidez de Hamilton nesta temporada é conhecida de Vettel. Explica, até mesmo, o alto percentual de seus erros, considerando-se que, como o piloto da Mercedes, já venceu quatro vezes o campeonato.
Normalmente, nessas condições, de luta intensa, os concorrentes costumam administrar suas declarações. Menos é, literalmente, mais. Quanto menos o adversário souber a seu respeito, melhor, menor a chance de explorar algo capaz de ajudá-lo na competição. Hamilton, no entanto, parece não se importar muito com essas ideias.
- Há sempre uma maneira de fazermos as coisas e é duro para nós mudarmos, pois foi dessa forma que aprendemos. A mecânica de trabalho com os engenheiros, por exemplo, é bastante similar. Mas quebrar padrões, moldes, desafiá-los... bem, vivo por isso. Sou um “pé no saco” dos meus engenheiros. Estou sempre colocando coisas novas, como falei, desafiando-os, mesmo se estou errado. Pergunto, pergunto. Gosto de pensar. Tem tido um impacto nas diretrizes do desenvolvimento do carro e como compreendemos, também, o uso dos pneus.
Desta vez, sem problemas
De repente, Hamilton emite sinais de estar gostando de falar de si próprio. Aproveita a oportunidade de abordar a receita distinta de trabalhar este ano, mais instigante quanto às soluções propostas pelo grupo técnico, para afirmar que não deverá ter os sérios problemas de superaquecimentos dos pneus evidenciados no ano passado. Sem ritmo, largou em quarto e recebeu a bandeirada em quarto, a 36 segundos do vencedor.
Tudo bem se quem estava no pódio celebrando a vitória não fosse o companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas, quase imune às dificuldades com a temperatura dos pneus no Circuito de Sochi. O GP da Rússia, em 2017, foi o quarto do calendário, dia 30 de abril, e não o 16º, como agora.
- Eu tenho certeza de que este ano estaremos em uma posição melhor que a de 2017 para compreender como melhor explorar os pneus. Nosso conhecimento de como desfrutá-los é, de longe, muito maior do que quando passamos por aqui no ano passado. Mesmo sabendo que ainda é um desafio administrá-los, em especial porque o carro é outro e os pneus também.
A Pirelli distribuiu este ano os pneus hipermacios, ultramacios e o macios. Em 2017 foram os macios, supermacios e ultramacios.
Por alguns instantes Hamilton se concentrou na disputa esportiva e não em si próprio. Resgataria o tema na sequência. O líder do mundial, com 281 pontos, diante de 241 de Vettel, faltando seis corridas para o encerramento da temporada, incluindo nessa conta o GP da Rússia, disse ser muito importante estar na frente nos 5.848 metros do traçado localizado na margem leste do Mar Negro.
- Infelizmente não é fácil ultrapassar nessa pista, mesmo dispondo de uma longa reta (na realidade duas). A diferença de tempo que você precisa para ganhar a posição do carro na sua frente é de 1,4 a 1,5 segundo. Todos os anos aqui poderíamos disputar a corrida toda (53 voltas) com um único jogo de pneus, não há degradação, daí você nunca ter 1,4 ou 1,5 segundo de diferença para o outro piloto, por isso não há ultrapassagens. É uma prova fácil para um único pit stop. Espero que o pessoal da F1, FIA, Pirelli vejam isso. Há uma razão para as corridas em Baku serem sensacionais e as de Mônaco, chatas.
Globo Esporte/PH
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