PT perdeu em redutos do Bolsa Família e Bolsonaro avançou em Estados azuis
Brasil - Política - O Vínculo
Haddad caiu em locais mais pobres. Voto anti-PT cresceu com militar
(Imagem: Poder 360)
No 1º turno das eleições de 2018, o PT perdeu força em redutos com grande concentração de Bolsa Família.O programa virou uma marca dos governos petistas e alavancou a reeleição de Lula (2006) e as duas vitórias de Dilma (2010 e 2014).
Na comparação com a disputa presidencial de 2014, Fernando Haddad foi pior que Dilma Rousseff nos Estados com mais Bolsa Família. Na mesma direção, a sigla ainda viu Bolsonaro com 1 desempenho muito superior ao de Aécio Neves (PSDB) em unidades com menor percentual de beneficiados.
O PT recebeu menor percentual de votos em 9 dos 10 Estados com maior concentração de famílias que recebem o benefício, quando comparado 2014 e 2018.
O único Estado em que o percentual de votos subiu foi Pernambuco. Em 2014, a unidade da Federação escolheu Marina Silva na disputa pela Presidência. A ex-senadora assumiu a chapa do PSB ao Planalto depois que Eduardo Campos morreu. O pessebista tinha grande apelo do eleitorado pernambucano.
A maior perda de votos aconteceu no Ceará. Dilma teve 68% do eleitorados cearense em 2014. Neste ano, Haddad conseguiu apenas 33%. O eleitorado migrou para Ciro Gomes (PDT). O ex-governador do Estado tinha o apoio do atual governador e reeleito para mais uma mandato, o petista Camilo Santana.
Nos Estados com menor percentual de família beneficiadas pelo programa, o candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, se saiu melhor do que Aécio Neves em 2014. Nessas unidades, o antipetismo é mais forte. O voto anti-PT aumentou nos Estados menos famílias dependentes de Bolsa Família.
Veja a seguir infográfico, preparado pelo Poder360, para mostrar o fenômeno:
O Bolsa Família teve uma queda no número de beneficiários nos últimos 4 anos. Em 2014, 14.003.441 famílias foram estavam cadastradas no programa. Neste ano, o número caiu para 13.736.341.
O orçamento do programa também sofreu redução. Nas últimas eleições presidenciais, R$ 35,3 bilhões foram previstos para transferência a beneficiários, em valores atualizados pelo IPCA no período. Em 2018, R$ 29,6 bilhões foram autorizados. A cifra é cerca de 16% menor em 4 anos.
O valor médio do benefício passou de R$ 168,30 em 2014 para R$ 187,79 em 2018. De 2014 pra cá, o benefício sofreu 3 reajustes: de 12,40% naquele ano, de 12,40% em 2016 e de 5,67% em 2018. O reajuste acumulado foi de 33,50%. O percentual é maior do que a inflação acumulada no período de 4 anos, que foi de 27,3%.
BOLSA FAMÍLIA NA CAMPANHA
O programa ganhou destaque na campanha eleitoral dos candidatos a presidente no 2º turno. Atrás do eleitorado de menor renda, Bolsonaro afirmou que pretende incluir nas propostas de governo o pagamento de 13º salário aos beneficiários do Bolsa Família. O candidato também acenou ao Nordeste para tentar diminuir a rejeição na região.
Já Haddad mostra o programa como herança do partido. O plano de governo do petista diz que vai reforçar os investimentos no Bolsa Família. O ex-prefeito de São Paulo afirma que muitas famílias voltaram à pobreza após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
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