Hamilton chega a São Paulo, evita falar sobre recordes de Schumacher e ganha guitarra
Brasil - Esporte - Fórmula 1
Recebido pelo maestro João Carlos Martins ao som de "We are the champions", pentacampeão mundial volta a lembrar do tricampeão Ayrton Senna e faz doação à fundação
Fred Sabino
O pentacampeão chegou. Às vésperas de sua primeira corrida depois de conquistar o quinto título na Fórmula 1, Lewis Hamilton está em São Paulo para a disputa do Grande Prêmio do Brasil. Logo após desembarcar no país, Hamilton foi direto do aeroporto para uma entrevista coletiva num hotel na Zona Sul da capital paulista.
Recebido por um grupo musical liderado pelo maestro João Carlos Martins ao som de "We are the champions" ("Nós somos os campeões"), canção imortalizada pelo grupo Queen, o piloto da Mercedes falou sobre diversos temas, mas principalmente sobre a possibilidade de se aproximar - ou até mesmo bater - o recorde de vitórias e títulos de Michael Schumacher.
- Muitas pessoas me perguntam isso. Homnestamente, é muito importante não prometer nada. Sou muito grato por mais duas temporadas na Fórmula 1, agora tive o quinto título. No momento não tenho nenhum sonho, é passo a passo. Não é meu objetivo, quero continuar evoluindo com esse time e trabalhar. Realmente acredito neste time e nessa relação incrível que construímos, quero contonuar melhorando. Meu primeiro objetivo é ganhar o tíitulo de construtores. Depois é melhorar pessoalmente e acredito que posso melhorar - disse Hamilton.
Fã confesso do tricampeão mundial Ayrton Senna, Hamilton foi perguntado o que diria ao ídolo brasileiro caso fosse possível encontrá-lo. Depois de dizer que ficaria sem palavras num primeiro momento, o inglês comentou que falaria sobre a carreira de Ayrton e suas habilidades. Hamilton ainda projetou o que Senna faria caso não tivesse morrido num acidente no GP de San Marino de 1994.
- Conheci muitas pessoas diferentes no mundo, mas se eu o conhecesse não seria capaz de dizer nada na hora. Eu era apaixonado por Fórmula 1 e ele conseguia tocar alguém como eu que morava no meio do nada na Inglaterra. Não há nenhum piloto no mundo ou qualquer outro esportista que tenha despertado a paixão que Ayrton despertou no Brasil. Gostaria que ele tivesse saído daquele acidente, hoje ele teria sobrevivido. Acho que ele brigaria com Michael Schumacher. Ele teria muitos anos, venceria sete títulos ou mais - imaginou.
Hamilton quer esporte menos caro
Primeiro campeão mundial de Fórmula 1 negro, Lewis Hamilton falou sobre o preconceito que ainda existe num esporte tido como de elite. Para o pentacampeão, o primeiro passo necessário é tornar a jornada rumo à Fórmula 1 menos dispendiosa. O inglês disse que pretende conversar mais com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, sobre o tema
- É algo que eu tenho falado há vários meses e nos últimos anos. É um esporte muito caro, o que me preocupa é que está cada vez mais caro. Olhando as pessoas em várias equipes, não é um mercado diverso. É algo sobre o qual a Fórmula 1 precisa tomar alguma atitude, trabalhar com as escolas todos os anos, com bolsas de estudo. O esporte precisa ficar mais acessível, como o futebol. Não tenho as respostas, mas é algo que eu realmente queria me envolver. Quando tive meu primeiro encontro com Jean Todt, discutimos muito, principalmente sobre segurança. Aqui no Brasil muitos quiseram seguir os passos de Ayrton Senna, mas não conseguiram.
Um dos atletas mais conhecidos do mundo, Lewis Hamilton tem consciência de que serve de inspiração para os mais jovens. Aos 33 anos, o piloto da Mercedes não acha que os últimos resultados tenham aumentado sua responsabilidade perante as pessoas, mas contou que tenta sempre mandar mensagens positivas aos fãs.
- Quando você fica mais velho, você entende mais e mais os valores e responsabilidades. Não necessariamente mais títulos significam mais responsabilidades, mas mas a plataforma que tenho agora é ser o mais rápido possível. Mas quero ficar envolvido em mais educação, não me comparo com outros atletas que gosto de ver e nas redes sociais encorajo os outros a quebrarem barreiras e brilharem.
Guitarra baiana e música
Ao fim da coletiva, João Carlos Martins se sentou ao piano e tocou duas músicas para Hamilton, que depois recebeu uma placa da Fundação Bachiana, comandado pelo maestro, e ainda uma guitarra baiana bastante utilizada no Carnaval. O pentacampeão fez uma doação à fundação.
- Depois das minhas cirurgias e limitações, eu precisei me reinventar, e, depois de ter sido campeão em 2008, não foi em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013, e se reinventou em 2014 para se tornar pentacampeão mundial - disse Martins a Hamilton, que deu um abraço no maestro e se despediu.
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