Salários atrasados e vaias da torcida fazem jogadores do Fluminense quebrarem silêncio
Brasil - Esporte - Futebol
Foto: Lucas Merçon
Dentro de campo, o jejum de gols continua. Com o empate em 0 a 0 com o Ceará no Maracanã na última segunda-feira, o Fluminense chegou a cinco jogos sem balançar as redes. Fora das quatro linhas, porém, os jogadores quebraram um tabu. Avessos a falar sobre salários atrasados, os atletas não fugiram das perguntas sobre o assunto na zona mista. Atualmente, a diretoria deve dois meses de CLT e cinco de direitos de imagens aos atletas. Falaram também dos gritos de “time sem vergonha” por parte da torcida.
Em declarações após o jogo, o atacante Luciano admitiu que os problemas extracampo têm afetado o rendimento do time:
- Isso não é só dentro de campo, começa fora de campo. Jogadores não têm cabeça para pensar no futebol com tantos problemas o extracampo. Creio que um pouco dessa parte dentro de campo o que afeta é fora do campo - disse ao repórter Edson Viana.
Porém, garantiu que há comprometimento dos atletas, apesar das dificuldades, e reclamou dos gritos de “time sem vergonha” por parte da torcida:
-Treinamos todos os dias mesmo assim. Não somos “sem vergonha” como tivemos de ouvir. Temos salários atrasados e quem está lá dentro sabe das dificuldades, mas mesmo assim trabalhamos todos os dias. Tentamos as vitórias, mas não estamos conseguindo. Não quero jogar a culpa nisso, mas nos afeta sim.
Ayrton Lucas foi outro a falar sobre o tema:
- O que a diretoria passa é que o clube está em dificuldade. Mas sabemos que o presidente é um homem de palavra. Sempre que ele fala que vai pagar, acaba cumprindo. Apesar de tudo que estamos passando, confiamos na diretoria. Mas sabemos que não pode ficar só na palavra. Temos nosso direito, temos que receber, temos conta para pagar. Todo mundo sabe o que estamos passando.
Sobre as vaias das arquibancadas, o lateral-esquerdo disse até achar que às vezes há quem torça contra só para poder cobrar depois:
- Se a torcida vem aqui e apoia do primeiro minuto até o fim, tem o direito de vaiar. Agora quando estamos em jogo, a torcida tem que estar nos apoiando. Às vezes passa na nossa cabeça que a torcida acaba um pouco torcendo para estarmos perdendo, empatando… Para quando acabar o jogo ter o direito de cobrar. Mas quem está assistindo sabe da dificuldade que temos. Sempre estamos buscando a vitória, mas nem sempre é do jeito que queremos.
- Já pregamos a união entre nós. O que pedimos bastante é para concentrar, esquecer tudo que está de atrasado, que estamos passando. Sabemos que é nossa carreira, a nossa cara que está ali. Se estamos perdendo ou empatando é ruim para nós. Disputar ali embaixo não é bom para nenhum de nós. Não tem ninguém de sacanagem. O time está fechado. Nos próximos jogos creio que iremos tirar o time dessa situação
O lateral-direito Igor Julião também analisou a situação:
- Não desejo isso para ninguém. Mas é uma realidade não só do futebol, mas também do país, uma realidade social. Tem trabalhador que ganha salário mínimo e está há dois meses atrasado também. Vemos isso todo dia na TV. É uma situação chata, triste, espero não passar mais por isso, mas entendemos. A nossa realidade hoje é essa.
- Eles (diretoria) pedem para continuarmos mantendo o foco. Sabem do trabalho deles, que estão correndo atrás, mas sabemos das dificuldades. É um grupo muito bom. É um momento difícil, a galera é boa e estamos juntos. Confiamos na diretoria, na instituição. Sabemos que uma hora isso vai ser resolvido.
Sobre as vaias da torcida, Julião considerou as manifestações como legítimas e prometeu reação do time:
- É chato demais, mas eles têm todos o direito de cobrarem. Eles sabem das dificuldades que estamos tendo nesta reta final. Eles estão no direito deles. Vieram aqui, pagaram ingresso, em uma segunda-feira com chuva. Manifestação legítima. Vamos reverter. Nosso grupo é muito unido. Isso que dá forças para a gente. O momento é delicado para caramba, sabemos das dificuldades, da falta de paciência do torcedor. Mas encaramos isso como um desafio. O grupo é bom e vamos conseguir nossos objetivos.
Líderes do elenco como Gum, Júlio César e Digão, por sua vez, acabaram não falando com a imprensa na saída do Maracanã. Tudo porque, após a partida, ficaram cerca de meia hora conversando com dois representantes de torcida organizada no vestiário do estádio.
Em 13º no Campeonato Brasileiro com 42 pontos, o Fluminense tem mais três compromissos até o fim da competição. Encara o Bahia na próxima quinta-feira fora de casa, pega o Inter em Porto Alegre no próximo domingo, e fecha contra o América-MG no Maracanã no dia 2 de dezembro.
Globo Esporte/JM
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