Buraqueira nas ruas gera sensação de dinheiro de impostos sem volta, afirmam contribuintes
Trânsito - Dinheiro sem Volta
Motociclista trafegando em via esburacada na Vila Toscana. - Crédito: Vinicios Araújo
Em tempo de crise, todo e qualquer gasto financeiro acaba sendo bem analisado. Mas, e quando a obrigatoriedade coloca o contribuinte contra a parede sob a promessa de melhorias? Para alguns douradenses, o pagamento de taxas como IPTU e IPVA traz uma sensação de “dinheiro sem volta”, já que apesar do pagamento, ruas e avenidas estão cada dia mais infestadas com buracos.
Nesta manhã o Dourados News saiu às ruas da cidade e encontrou vários trechos quase que intransitáveis, como é o caso da Rua Takao Massago, entre as vias Fradique Ferreira e Projetada L, na Vila Toscana.
Nessa parte da via dezenas de crateras surgiram de um lado ao outro, obrigando os motoristas a trafegarem bem abaixo da velocidade permitida, caso contrário é dano material na certa.
O filho do Nivalcir Rodrigues mora em um condomínio localizado exatamente neste ponto da Takao Massago. Ele diz frequentar o residencial com frequência e que a situação da rua é o retrato de uma “cidade abandonada”.
“Isso é uma vergonha. Fica difícil pra gente que contribui certinho com IPTU e IPVA. É um dinheiro sem volta”, desabafou.
Algumas quadras dalí, mais buraco. A maioria coberta por água da chuva que atingiu Dourados nesta madrugada.
E por falar em chuva, durante esse período é preciso tomar um cuidado extra ao trafegar pelas vias esburacadas. O risco de acidentes aumenta e pode até colocar em risco a vida dos usuários, principalmente motociclistas.
Em junho de 2017 a douradense Sônia Aparecida Rodrigues Fernandes morreu em acidente de motoapós tentar desviar de um buraco na Rua José Roberto Teixeira, próximo ao HU (Hospital Universitário).
No dia ela trafegada sob forte chuva e ao tentar se livrar da cratera acabou perdendo o controle e batendo a cabeça em uma árvore no canteira da via. A vítima havia acabado de sair do trabalho e seguia para o almoço em casa.
Naquela mesma semana outra morte já havia sido registrada por buracos. A idosa Valdomira Nunes da Rocha, 61, não resistiu aos ferimentos após queda de moto provocada por um desses defeitos no asfalto e veio a óbito 20 dias depois de internada.
A morte das douradenses resultou em manifestos em Dourados com passeatas e protestos na Câmara de Vereadores.
MAIS BURACOS
Em outro ponto visitado nesta terça-feira (15), desta vez na Rua Natal, esquina com a Major Capilé, mais um contribuinte insatisfeito com a aplicação do recurso colhido via tributos.
O aposentado Leonildo Mendes Gontijo, de 77 anos, é proprietário de vários terrenos com mais de 20 imóveis na quadra. Só apartamentos são 18.
Ele revelou ao Dourados News que já está se preparando para pagar cerca de R$ 15 mil de IPTU, mas lamenta a falta de uma aplicação efetiva do recurso.
“Moro aqui há mais de 30 anos e esse rua sempre sofreu com esses buracos. Esse da esquina mesmo está aí há seis meses e ninguém se quer se importa”, disse. O buraco ao qual Leonildo se refere está na esquina da Rua Natal com a Major Capilé e segundo ele, “graças a Deus” nunca ocorreu nenhum acidente.
“A gente paga certinho, mas já com a consciência de não ter retorno nenhum. Aqui eles não fazem nada”, lamentou o contribuinte.
OUTRO LADO
Em contato com o poder público nesta manhã, percebeu-se um verdadeiro jogo de batata-quente. Para a Secretaria de Obras Públicas, dirigida atualmente pelo interino Carlos Dobes, a responsabilidade do tapa-buracos é da Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos).
Já para o também interino Roberto Pereira da Silva, responsável pelos serviços urbanos, essa competência deliberada sobre a secretaria é resultado de uma determinação informal e que não faz parte das atividades prioritárias da pasta.
“Nós vamos fazendo, da maneira que é possível, mas se formos analisar as competências da Semsur o tapa-burado não faz parte do nosso quadro”, disse ressaltando que as prioridades da secretaria são limpeza urbana, iluminação pública e coleta de lixo.
Apesar disso, Roberto disse que o município gasta cerca de R$ 180 mil por mês com as ações de tapa-buraco, isso apenas pela produção da malha asfáltica e o pagamento da mão-de-obra, fruto de um convênio com a Agepen (Agência Penitenciária Estadual).
Ele afirmou que há três frentes de trabalho: uma com caminhão em locais com maior necessidade de malha e outros dois veículos menores que cumprem ações esporádicas.
“Há um cronograma que nos direciona onde realizar as atividades, porém, este pode ser alterado em casos emergenciais”, disse.
Roberto também destacou que com o tempo instável não há como manter os serviços.
Dourados News/JM
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