Confira o editorial deste sábado/domingo: "Falha técnica ou desonestidade?"
Estado - Energia - Aumento Exorbitante
Desde janeiro, a Energisa tem sido alvo de graves reclamações de clientes e sempre as rebateu. Agora as desculpas acabaram.
Foto: Google Imagens
Em janeiro deste ano, a maioria esmagadora dos consumidores da Energisa – que atende a praticamente todos os municípios de Mato Grosso do Sul, com exceção da região leste do Estado – viu a conta de energia duplicar ou até triplicar de valor. O aumento exorbitante resultou em uma enxurrada de reclamações nas instituições de defesa do consumidor, e a concessionária saiu para se defender, alegando que o acréscimo, na realidade, era reflexo do aumento do consumo por conta das elevadas temperaturas, o que também é questionável, uma vez que a alta de mais de 100%, em muitos casos de reclamações, ocorreu com a família mantendo praticamente a mesma rotina diária. Em várias situações, a conta saltou de R$ 100 para R$ 300 em um único mês.
No entanto, existem casos sem desculpas, como mostra reportagem de hoje do Correio do Estado, em que o valor da conta de luz é alterado. Como explicar casos em que uma mesma conta, com dia de leitura e vencimento iguais, quintuplica-se de valor de um mês para outro? Erro que só foi notado depois, por meio do histórico de conta, disponibilizado pela companhia de energia elétrica. Se não houve falha humana ou técnica, é desonestidade pura por parte da companhia. Nos dois casos, não há defesa.
A alteração da conta – para cima, é claro – só foi notada quando impresso o histórico de contas do cliente. Logo, quantos consumidores, principalmente aqueles que colocaram a cobrança em débito automático, podem ter passado por essa situação sem nem ter notado? Estamos falando de um universo de milhares de clientes, que pagam caro pela energia que consomem e ainda correm o risco de arcar com desvios em suas contas, que, propositais ou não, são graves e deveriam ser punidos com severidade.
Tal postura por parte do governo está longe de ocorrer enquanto as agências reguladoras, que deveriam trabalhar para conter esses abusos e garantir os direitos do consumudor, continuarem defendendo os interesses exclusivos das empresas. Aos consumidores, então, restam serviços de defesa do consumidor e a Justiça, onde terão de brigar com grandes corporações e caros advogados. Cobrar por um serviço não prestado fere o Código de Defesa do Consumidor. O respeito para com o consumidor só vai surgir quando a Energisa for tratada da mesma forma com que o cliente acusado de desvio de energia, os gatos, é. Nos dois casos, o crime é grave. Porém, no Brasil, só um dos lados terá de dar explicações a um delegado de polícia.
Em Mato Grosso do Sul, deputados estaduais e vereadores prometem fechar o cerco contra esses abusos cometidos pela concessionária de energia elétrica. Espera-se que as promessas de criações de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), pelas duas casas, se concretizem, em respeito aos eleitores, já que a Energisa provou, mais uma vez, que tem pouco ou nenhum respeito por seus clientes.
Enquanto isso, fica o alerta aos clientes para que olhem com atenção suas faturas, consultem com frequência o histórico de contas e busquem seus direitos. Quem sabe, um dia, a concessionária apresente uma resposta que vá além da possibilidade de pagamento de uma conta exorbitante que o cliente nem sabe se consumiu.
Correio do Estado/PH
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