Resumão do futebol internacional: o lado "Libertadores" dos campeonatos europeus
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Soco de torcedor em jogador adversário na Inglaterra, carro de atleta incendiado na Itália, protesto de torcida em treino na França e falta de luz antes de jogo na Espanha. Alguma coisa está fora da ordem?
Torcedor acerta soco em Jack Grealish em jogo do Aston Villa — Foto: Reuters
Alguma coisa está fora da ordem, Caetano já cantava nos anos 90 (não lembra, ainda não era nascido? Busca aí na internet, ela serve para isso também, vale a pena). Mas voltemos ao mundo do futebol. Está tudo invertido!!! A gente já devia ter desconfiado quando os times visitantes em muitos jogos da Libertadores adotaram uma postura elegante e elogiável de arrumar seus vestiários após as partidas (aliás, parabéns Cruzeiro, Internacional, Cerro Porteño e Talleres, entre outros).
Um sopro de esportividade numa competição que deixou péssima imagem na conturbada decisão do ano passado entre Boca e River. E o futebol europeu com isso? Constantemente apontada como exemplo a ser seguido, não só em organização como em comportamento dentro e fora de campo, a Europa viveu um fim de semana digno (minto, indigno) dos piores momentos das nossas canchas sul-americanas. Só faltou cachorro em campo (ou será que eu não vi? Se teve, alguém avise nos comentários, por favor).
No sábado, o Foggia perdeu para o Lecce por 1 a 0, fora de casa, pela segunda divisão do Italiano. Resultado ruim, que deixou o time em 15º lugar, na zona de playoff do rebaixamento. Situação chata, mas não justifica a reação de alguns torcedores, que tocaram o terror na madrugada. O carro do atacante Peter Iemmello, estacionado na Via Bari, foi incendiado. Um artefato foi lançado na fábrica de massas que pertence aos proprietários do clube. E um terceiro rojão foi jogado no jardim da casa de outro jogador do time, Massimiliano Busellato, sem consequências mais graves.
Na Inglaterra, um incidente quase tão grave quanto os ataques em Foggia e igualmente lamentável. Um torcedor do Birmingham invadiu o campo no clássico local contra o Aston Villa, pela segunda divisão, e deu um soco no meia Jack Grealish, do rival, logo no início do jogo. Ironicamente, foi de Grealish o gol da vitória por 1 a 0, no segundo tempo.
O caso chocou o futebol inglês. Afinal, o país se orgulha de ter implantado, lá no início dos anos 90, uma nova ordem nos estádios, com mais segurança e o modelo de arenas sem barreiras entre arquibancada e campo. A garantia era, e ainda é, o bom senso e o rigor da legislação.
"Uma linha vermelha foi atravessada por este ataque covarde dentro campo a um jogador, o que é algo sem precedentes no futebol inglês. Confiamos que o invasor sentirá toda a força da lei e que as autoridades investigarão as circunstâncias diante do incidente deplorável de hoje (domingo). As rivalidades locais fazem parte do jogo. Entretanto, como nossos amigos do Birmingham City vão concordar, ter a segurança pessoal de um jogador colocada em risco é um sério motivo de preocupação para toda a comunidade futebolística", condenou o Aston Villa em nota oficial.
A polícia de West Midlands confirmou que o homem de 27 anos foi detido e levado para interrogatório. Também de acordo com a polícia local, houve brigas entre torcedores das duas equipes nas imediações do estádio, antes da partida, que deixaram um homem ferido. No total, quatro pessoas foram detidas pela polícia devido aos distúrbios.
Os jornais ingleses não esconderam a preocupação com as consequências que a invasão possa ter no futuro do futebol inglês, em relação à segurança. "Jogadores temem por suas vidas", diz a manchete desta segunda-feira do caderno de esportes do Daily Telegraph. "O que vem depois... uma faca?", questiona a chamada do The Sun.
Apagão e sala do VAR vazia na Espanha
Na Espanha, o problema foi bem mais levinho. Uma singela queda de energia que deixou o estádio José Zorrilla às escuras minutos antes do Valladolid x Real Madrid. Menos mal que a luz voltou sem atrasar a partida, minutos antes de rolar a bola. Pior para o Valladolid, que deu um calor no Real no primeiro tempo, perdeu pênalti, teve dois gols anulados, abriu o placar, mas no fim perdeu pique e viu tudo ruir na segunda etapa: 4 a 1 para o Real. Nesse ponto, seja na Europa ou na América do Sul, é duro ser o time pequeno.
No melhor estilo "isso também acontece na Europa?", o jogo no José Zorrilla também reservou outro momento surpreendente: em um dos gols anulados do Valladolid, o árbitro consultou o VAR, e quando a transmissão do jogo mostrou a sala do controle tecnológico, ela estava completamente vazia. Cadê os fiscais do VAR? Calma, foi apenas um erro na transmissão. Mostraram a imagem de outra sala de VAR do estádio. Não tinha ninguém matando trabalho na hora do jogo, o pessoal estava na outra sala.
Globo Esporte/PH
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