Opinião: LeBron vai ver os playoffs do sofá, e Magic Johnson precisa botar a mão na consciência
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Talvez seja cedo para caçar bruxas, mas nem a epidemia de lesões limpa a barra do maior ídolo da história dos Lakers. Como cartola, ele jogou fora a primeira temporada do Rei em Hollywood
Nem ele deve estar acreditando: LeBron James está fora dos playoffs — Foto: Matthew Stockman/Getty Images
Quando a bola subir para os playoffs da NBA no sábado, LeBron James estará 100% pronto para… postar. Nos últimos 14 anos, esse intervalinho entre o meio de abril e o início de junho era tempo de concentração total para o Rei. E ele costumava sumir completamente das redes sociais. Aliás, quando ele começou a frequentar os playoffs, o Twitter era um bebê, o Instagram nem sonhava nascer, e o Orkut ainda estava na área. Em 2019, seus quase 50 milhões de seguidores podem ficar tranquilos.
Ou não.
Esse tal de 2019 castigou LeBron. A inédita lesão na virilha, que chegou como um presente às avessas ainda no Natal de 2018 e o tirou de 17 jogos, foi o ponto mais doloroso de um começo decepcionante com a camisa do Los Angeles Lakers. Quando ele assinou por quatro anos, estava claro para todo mundo que um título não viria logo de cara. Até aí, ok. O que não estava claro era que tudo daria tão errado a ponto de ser barrado nos playoffs. E que o jogo contra o Portland Trail Blazers nesta terça-feira, às 23h30, com transmissão do SporTV-2, seria uma despedida melancólica a caminho das férias.
Hora das férias, hora da caça às bruxas. De quem é a culpa?
O próprio LeBron tem alguma, claro. Afinal, ele é o cara do time e se acostumou a carregar elencos fracos nas costas em Cleveland. Mas não dá para botar na conta do cara a maior carga de responsabilidade, ainda mais por causa da lesão. Individualmente, ele teve números bem parecidos com os do ano passado (médias de 27.4 pontos, 8.5 rebotes, 8.3 assistências). De quebra ainda ultrapassou Wilt Chamberlain e Michael Jordan no ranking dos maiores cestinhas da história. O que mais caiu foi o aproveitamento de arremessos, incluindo os 66% na linha de lance livre, pior índice de toda a carreira.
As lesões, aliás, se espalharam feito praga pelo elenco. Sobrou para Lonzo, Ingram, Kuzma, Hart, coitada da molecada. Sem falar em Rondo, McGee & Cia. A enfermaria dos Lakers parece um hospital do SUS transbordando de gente.
E o técnico? Ah, Luke Walton não parece mesmo ser a melhor opção para comandar essa jornada. Não tem caixa, não tem experiência, não tem repertório tático de elite, toma decisões esquisitas, adota formações bizarras. Resumindo: não é um treinador do tamanho do projeto LeBron. Mas não dá para fazer dele o Judas de Hollywood. Montar um time decente com essa quantidade de lesões e com esse elenco mal arrumado seria uma missão ingrata para qualquer sujeito de terno à beira da quadra. Ainda assim, é possível que Luke acabe sendo escolhido para a fogueira.
Falando no elenco, é nessa montagem que recai a maior parcela de culpa.
Oi, Magic Johnson. Segura essa batata quente.
O ídolo eterno da franquia hoje é vidraça como dirigente. Tem ao seu lado Rob Pelinka, um ex-jogador universitário e ex-empresário de atletas. Juntos, eles transformaram o escritório num poço de descrédito. E o mais irônico: como você pode ser vilão se você conseguiu a façanha de levar LeBron James para as suas fileiras?
De fato, há mérito aí. Mérito misturado, claro, com o desejo do próprio LeBron de ir para Califórnia - tanto que, simbolicamente, ele vai aproveitar as férias para filmar a sequência de Space Jam (e a gente vai adorar assistir, lógico).
O problema é que a montagem do elenco em volta de LeBron foi um desastre completo. E olha que a receita já estava nos livrinhos: salpique arremessadores ao redor do seu craque dominante fisicamente, e o sabor vai aparecer de forma natural. Foi assim com James em Cleveland, tem sido assim com Antetokounmpo em Milwaukee.
Agora me diz: o que fez a dupla Magic-Pelinka?
Preencheu o elenco com um monte de veteranos que mal sabem chutar. Alguns até surpreenderam, como McGee explodindo em rebotes e tocos. Outros tiveram breves momentos de brilho, como os passes de Rondo e a guitarrinha de Stephenson. Mas tinha tudo para dar errado - e deu. No fim das contas, chacoalhando a temporada, não dá para salvar quase nada desse primeiro ano do experimento LeBron. Foi tudo para o lixo.
A cereja azeda do bolo foi a tentativa frustrada de pescar o superastro Anthony Davis antes da data-limite das trocas. Os Lakers ofereceram praticamente o time inteiro ao New Orleans Pelicans, que não mordeu a isca. O que sobrou? Um núcleo jovem que, nesse processo, ganhou fama de descartável. Um bando de veteranos polêmicos. Um sobe-e-desce danado com os caras da liga de desenvolvimento (a boa notícia é que o mundo descobriu Alex Caruso, e até o brasileiro Scott Machado ganhou uma chance de 10 dias no time de cima).
Ah, sobrou também um LeBron James pronto para passar o playoff afundado no sofá de casa - que deve ser um baita sofá gostoso de se afundar, diz aí - sonhando com os reforços da próxima temporada.
E postando adoidado. Ou não, vai saber.
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