Sexta-Feira 19/04/2024 22:57

Arena Corinthians completa cinco anos de glórias, bons públicos, dívidas e incertezas

Brasil - Esporte - Futebol

Palco de títulos e jogos memoráveis, estádio segue sem ter "naming right" vendido e é tema de discussão entre o clube e a construtora Odebrecht; veja números da casa corintiana

Marcos Ribolli

Inaugurada em 18 de maio de 2014, a Arena Corinthians completa neste sábado cinco anos. Tempo suficiente para acumular jogos memoráveis e títulos importantes do Timão, mas não para resolver velhos problemas, como a venda do "naming right" (termo em inglês para o direito de uso do nome) e as pendências com a Odebrecht, construtora responsável pela obra do estádio.

Sob o aspecto desportivo, o sucesso da Arena Corinthians é incontestável. Em pouco tempo, o Timão tornou o estádio o seu caldeirão, tendo já levantado quatro títulos em Itaquera: os paulistas de 2017 e 2019 e os brasileiros de 2015 e 2017 – o Timão ainda ganhou o Estadual em 2018, mas a final foi na arena do Palmeiras.

O aproveitamento corintiano em sua casa é de 71,6%. Foram 109 vitórias, 45 empates e 19 derrotas, com 280 gols marcados e 114 sofridos.

A força em campo passa pelo apoio das arquibancadas. Embora não seja comum a Arena Corinthians atingir a sua capacidade máxima, de aproximadamente 47 mil torcedores, o estádio tem ótima média de público: 32,5 mil por jogo.

Neste ano, o número é um pouco maior, de 33,3 mil por partida, o que deixa o Timão no segundo lugar do ranking de público entre os clubes da Série A, atrás apenas do Flamengo, que tem 45 mil – o Corinthians, inclusive, é o time que mais arrecada com bilheteria em 2019.

Palco da abertura da Copa do Mundo de 2014 e de jogos da Olimpíada de 2016, a casa alvinegra registrou seu maior público no duelo entre Holanda e Argentina, na semifinal do Mundial, quando 63.267acompanharam a vitória da Albiceleste nos pênaltis. Na ocasião, a arena tinha capacidade maior por conta de arquibancadas móveis.

O recorde em jogos do Corinthians é de 46.481 pagantes, na final do Paulistão deste ano contra o São Paulo.

– Desde que cheguei no Corinthians, tenho achado incrível jogar na Arena, com a torcida do Corinthians. A proximidade com o torcedor nos incentiva muito a estar correndo e nos esforçando nos jogos [...] Esse contato com a torcida faz toda diferença, temos o 12º jogador. Isso não é da boca para fora, quem vai lá vê, essa torcida nos ajuda os 90 minutos – afirmou o volante Júnior Urso, na semana passada.

Nem tudo vai bem

Fora de campo, o sucesso da Arena Corinthians não é o mesmo, e o cenário é de incerteza.

Um dos principais motivos de preocupação entre os torcedores é o fato de o "naming right" ainda não ter sido vendido cinco anos após o estádio ficar pronto. Dirigentes do clube esperavam negociá-lo por pelo menos R$ 300 milhões (em um contrato de 20 anos), valor que é fundamental para o pagamento das obras da Arena.

Em diversos momentos, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, deu a negociação como próxima de ser concluída, mas ela nunca se confirmou.

Especialistas de mercado apontam diversos motivos para o "naming right" estar empacado. Os principais são a crise econômica do Brasil, o fato de o estádio ter sido inaugurado ainda sem o nome de um parceiro – diferentemente da arena do Palmeiras, por exemplo – e os escândalos de corrupção da Odebrecht, que respingaram no estádio.

A Operação Lava Jato investiga o pagamento de propina de R$ 500 mil relacionada à construção da Arena Corinthians. Em 2016, o então vice-presidente do Timão, André Luiz de Oliveira, foi alvo de condução coercitiva da Polícia Federal, após o nome e o endereço dele aparecerem em uma planilha da Odebrecht.

A venda do direito de uso do nome do estádio não é a única pendência. O clube ainda discute com a construtora Odebrecht o valor da dívida pela obra.

Em 2017, foi realizada uma auditoria pela Claudio Cunha Engenharia e Construções, que apontou que a Odebrecht deixou de realizar mais de R$ 150 milhões em obras. Além disso, a empresa também deveria pagar uma multa de mais de R$ 22 milhões por atraso na entrega do estádio e fazer reparos estimados em R$ 60 milhões. Ou seja, o clube teria um crédito de R$ 230 milhões.

O Timão também estima que deixou de faturar R$ 100 milhões com o estádio por obras inacabadas em camarotes, estacionamento e outros setores.

As contas da Arena não são públicas. Em 2017, segundo comissão do Conselho Deliberativo dedicada a analisar as dívidas do financiamento da obra, apontou que o clube tinha R$ 1,7 bilhão a pagar (considerando juros e correções).

Deste montante, além de eventuais descontos da Odebrecht, serão abatidos os CIDs (certificados de incentivo ao desenvolvimento), títulos que podem ser comprados por empresas que gastam com impostos municipais. Em outras palavras, as companhias compram esses certificados em troca de abatimento do valor pago com a tributação. Neste caso, os “papéis” foram emitidos pela Prefeitura de São Paulo como contrapartida aos benefícios à economia da Zona Leste pelo estádio e a abertura da Copa do Mundo de 2014.

De acordo com o Movimento Corinthians Grande, grupo político de oposição do clube, a Secretaria Municipal da Fazenda informou que o fundo que administra a renda já recebeu R$ 175 milhões com CIDs e tem ainda quase R$ 400 milhões a negociar.

Uma parte da dívida é com a Caixa Econômica Federal, que tem até 2028 para ser quitada. O fundo que gere as contas da Arena e o banco estatal estão em fase final de negociação para mudar algumas condições do financiamento. Uma das alterações será a redução do valor das parcelas de novembro a fevereiro, quando o Timão fatura menos com bilheteria.

A engenharia financeira é complexa e gera preocupação entre conselheiros do Timão. Porém, o assunto é tratado com otimismo pelos cartolas do clube.

– A Arena Corinthians será o maior "case" de construção de estádio do Brasil daqui a um ou dois anos, pois estaremos pagando o financiamento e já tendo quitado a parte da construtora. Vamos pagar em menos tempo do que outros clubes – afirma Matias Romano Ávila, diretor financeiro do Corinthians.

A diretoria alvinegra admite, porém, que é preciso melhorar a exploração comercial da Arena, com a realização de shows, seminários e outros eventos no local.

A ideia é também levar mais estabelecimentos comerciais para dentro do estádio. Recentemente uma academia foi inaugurada na arena e, ainda este ano, o clube pretende abrir um restaurante panorâmico. Há também projetos para a construção de uma universidade e uma arena de games no local.

No fim de semana em que a Arena Corinthians celebra cinco anos, o Timão estará longe de sua casa. A equipe enfrenta o Athletico-PR, domingo, em Curitiba. A volta a Itaquera será na quinta-feira, contra o Deportivo Lara, da Venezuela, pela Copa Sul-Americana. Vai ter bolo?

Globo Esporte/PH

Esporte, Futebol, Arena Corinthians, Dívidas e Bons Públicos

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