Irã abandona limites para pesquisa e desenvolvimento nuclear
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O presidente do Irã (centro), Hassan Rouhani, durante pronunciamento nesta quarta-feira (4), em Teerã — Foto: Iranian Presidency/AFP
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, anunciou nesta quarta-feira (4) à noite ter ordenado que se abandone qualquer limite para a pesquisa e o desenvolvimento em matéria nuclear.
"A Organização de Energia Atômica [iraniana] recebe a ordem de tomar qualquer medida necessária em matéria de pesquisa e de desenvolvimento e de abandonar todos os compromissos em vigor nesse campo", declarou Rouhani à televisão estatal, ao apresentar a "terceira fase" do plano de redução dos compromissos iranianos no setor nuclear.
Quebra de acordo
Em 2015, o Irã aceitou firmar um acordo nuclear com as seis maiores potências do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha). O objetivo era impedir que o país desenvolvesse armas nucleares. Em contrapartida, as sanções da ONU contra o país seriam suspensas.
O presidente dos EUA, então, era Barack Obama. Donald Trump, eleito em 2016, dizia considerar o acordo nuclear com o Irã o "pior da história". Em maio de 2018, ele retirou os Estados Unidos do acordo e reimpôs sanções contra o país.
Desde então, as tensões entre as duas nações se acirraram. Em junho, Trump chegou a dizer que decidiu abortar um ataque contra o Irã em cima da hora.
Em julho deste ano, o Irã anunciou que havia ultrapassado o limite de 300 kg de urânio de baixo enriquecimento que foi previsto pelo acordo nuclear de 2015. O urânio de baixo enriquecimento é usado para produzir combustível para reatores nucleares, mas, potencialmente, pode servir para a produção de armas nucleares.
Negociações
Nos últimos meses, tendo a França como principal interlocutora, o país ainda negocia termos para manter ao menos parte do acordo com países europeus.
Antes do anúncio desta quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, havia indicado que seu país estava disposto a voltar à implementação completa do acordo do programa nuclear em troca de uma linha de crédito de cerca de US$ 15 bilhões (R$ 62,66 bilhões), atualmente negociada com os europeus.
G1/KV
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