O maior inimigo do brasileiro
Estado - Opinião
Brasil: o país do futuro. Há 40 anos ouve-se isso por aí e até hoje esperamos o “futuro” passiva e pacientemente. Em tempos de estabilidade econômica, com inflação controlada, juros relativamente baixos (a taxa SELIC que já foi de 26,5% hoje é de 12,7%) é fácil pensar que tudo está a mil maravilhas.
Podem chamar o ex-presidente Lula de analfabeto, mas o cara é um gênio! Aproveitou-se muito bem da estrutura deixada nos 8 anos do governo FHC, deixando o país seguir seu rumo natural. Quando a crise apertava, a economia brasileira resistia enquanto o resto do mundo perecia.
O nosso então barbado líder da nação chamava para si os bons resultados e sabiamente se afastava dos maus resultados. “Eu não sei de nada” dizia ele sobre o mensalão. E o povo engolia essas e outras pitorescas histórias que ocorreram em seus dois mandatos.
E por que? Porque o tal molusco teve uma brilhante ideia: mexer na barriga do povo.
É bem verdade que a situação era crítica. Mais de 40 milhões de brasileiros vivendo na absoluta pobreza. Ninguém nunca se importou com eles em quinhentos anos de história deste país. Um sábio homem, ex-líder sindical sabia o que fazer: dar pão ao povo. Graças a Deus, nunca passei fome na minha vida, mas posso imaginar como deve ser chegar em casa e ver sua família passando fome e não haver comida nem dinheiro para comprá-la.
E melhorar a condição de vida do pobre é melhorar o país de certa forma. Quando as condições são melhores, consome-se mais, pagando mais impostos, que por sua vez, em tese, seria aplicado à saúde, à educação, ao saneamento básico, o que melhoraria ainda mais as condições de vida da população, que consumiria mais, pagando mais impostos e assim por diante.
Mas o que é melhor? Dar o peixe ou ensinar a pescar?
O que vi acontecer na última década no país é algo que data de antes de Cristo, aplicada pelos imperadores romanos: a política do pão e circo.
O pão, ou se preferir, Bolsa-Família, Vale Gás, Bolsa-Escola, Energia-Social, Água-Social, etc, enche a barriga enquanto o circo, ou se preferir, 90% dos veículos de comunicação abertos do país (inclusive a internet) mantém o povo quietinho e distraído.
Falei tudo isso pra poder chegar no ponto-chave deste artigo: o pior inimigo do brasileiro é ELE MESMO.
Por que aceitamos numa boa essa palhaçada que chamamos de Congresso Nacional?
Por causa daquela velha história “Tá ruim, mas tá bão!”. Deixem os nobres deputados roubarem nosso dinheiro, não está faltando comida na minha mesa mesmo. O brasileiro é imediatista e egoísta, pensa apenas em si próprio e por algo que venha fácil. Por isso que o que mais se vê é compra de voto neste país.
Talvez isso seja reflexo de séculos de maus-tratos, de sofrimento, de miséria. Fica difícil pensar nos outros quando se está numa situação dessas. O problema é cultural, por aqui vale o “Ema Ema, cada um com seus pobrema!”.
Políticos corruptos? Até onde sei, vivemos numa democracia, então foi o próprio povo que elegeu essa corja de vagabundos que ocupam o Congresso. Alguns porque ganharam um DVD Player, outros porque conseguiram um empreguinho para “mamar” no governo.
A saúde é ruim? Pense no médico que atende no SUS. O descaso reina. Sorte de quem não precisa. Infelizmente eu senti na pele o problema na última semana.
A educação é ruim? Sim, professores mal pagos, que não sentem o menor prazer em estar ali naquela sala de aula e principalmente, alunos desinteressados, que não estão nem aí para o que o professor inutilmente tenta lhes ensinar.
Irônico é o brasileiro sair no tapa por causa de uma partida de futebol e não fazer absolutamente nada quando aparece um novo escândalo de corrupção. Se tivéssemos pelo país a metade da paixão que temos pelo nosso time de futebol, garanto que as coisas seriam muito diferentes. Mas brasileiro só é brasileiro em época de Copa do Mundo.
Será que ninguém percebe que nós mesmos nos prejudicamos? Que o culpado de tudo isso não é o Sarney, não é o Palocci, não é o Marcos Valério e outros da laia deles. O culpado é você mesmo por aceitar essas e outras afrontas.
Para finalizar, deixo uma “releitura” do depoimento de um de meus veteranos aqui na UFSCar, cujo nome eu não me lembro, que foi trabalhar na Finlândia depois de formado e notou a diferença da cultura coletiva entre os países:
“Interessante a diferença da cultura aqui na Finlândia.
Eu costumo ir para o trabalho de carona com um colega, o qual gostava de chegar bem cedo à empresa para poder tomar café antes de começar o expediente.
Mesmo chegando mais cedo, eu notava que ele estacionava muito longe da entrada principal e fazíamos uma caminhada até a porta, mesmo no frio.
Um belo dia, não me aguentei de curiosidade e perguntei a ele por que ele estacionava tão longe da porta. Ele me respondeu que como nós chegávamos adiantados, tínhamos tempo de caminhar e chegar à empresa tranquilamente. As vagas mais próximas da entrada ficam para os que chegarem atrasados, para que não se atrasem ainda mais.”
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