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Um evento cósmico com certo "déjà vu", mas extremamente significativo para os amantes do bom futebol poderá ser presenciado no País de Gales nesta terça-feira ou assistido pela televisão em quase todas as partes do mundo a partir das 15h45 (de Brasília).

Na decisão da Supercopa da Europa, o Real Madrid promoverá o nascimento de sua nova galáxia de craques, com direito às estreias de James Rodríguez e Toni Kroos ao lado de Cristiano Ronaldo e Gareth Bale em um esquema tático audacioso, sem volantes, em parte devido à ausência de Xabi Alonso por suspensão.

Tais características fazem com que seja quase impossível não compará-la ao conjunto estelar do time no início da década de 2000, com Ronaldo, Zidane, Beckham e falta de cabeças de área - ora por opção dos treinadores, ora por deficiência técnica dos que estavam no elenco.

O "parto" de amanhã não promete ser dos mais fáceis. A força oposta será o Sevilla, cujo técnico, Unai Emery, prometeu em entrevista coletiva armar um "bloco defensivo forte" para apagar as estrelas do Real. Assim como ocorre no espaço quando um buraco negro que engole galáxias inteiras.

O palco do duelo será o estádio Cardiff City, inaugurado em 2009 e que recebeu classificação cinco estrelas da Uefa. Com 33 mil lugares nas arquibancadas, ele costuma receber partidas da seleção do País de Gales.

Embora não tenha o mesmo peso das outras taças continentais europeias, a Supercopa, disputada entre os campeões vigentes da Liga dos Campeões (Real) e da Liga Europa (Sevilla) serve como um bom incentivo para o início da temporada.

Mas a falta de ritmo de jogo e de entrosamento entre novos companheiros podem contribuir para resultados inesperados, como o de 2006, quando o próprio time da Andaluzia bateu o favoritíssimo Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e Eto'o por 3 a 0. Quatro anos depois, mais uma vez o campeão da 'Champions' foi derrotado pelo do torneio de menor expressão: a Inter de Milão perdeu por 2 a 0 para o Atlético de Madrid.

Em comum com essas edições, a deste ano tem o fato de ser realizada no período pós-Copa do Mundo. Muitos jogadores que disputaram o torneio se reapresentam mais tarde que o habitual, para conseguirem um tempo de férias. E o Real Madrid conta agora com mais atletas nessa situação do que o Sevilla.

Os 'merengues' podem estrear o goleiro costarriquenho Keylor Navas, mais um reforço que brilhou na Copa do Mundo, mas a tendência é que o veterano ídolo Iker Casillas seja o titular na Supercopa. A defesa deverá ser formada pelos laterais Carvajal e Coentrão, com Pepe e Sergio Ramos compondo a zaga. No meio, sem volantes pelo que os treinos mostraram, a função de armar e defender será exercida por Modric, Kroos e James. E, no ataque, Cristiano Ronaldo numa ponta e Bale na outra formarão trio com o centroavante Benzema.

Já o Sevilla deve levar a campo apenas um atacante, o colombiano Carlos Bacca. Apesar de ter jogado apenas 45 minutos em toda a pré-temporada - o segundo tempo contra o Cordoba, pelo Troféu Antonio Puerta -, ele mostrou não ter perdido o faro de gol e balançou a rede. O técnico Unai Emery também deve escalar o jovem meia ofensivo Denis Suárez, que chegou ao clube emprestado pelo Barcelona como parte da transferência de Ivan Rakitic ao time catalão.

A favor da equipe andaluz contra o Real também pesa seu retrospecto amplamente favorável em finais europeias. De cinco que disputou, ganhou quatro (três da Copa da Uefa/Liga Europa e uma da Supercopa da Europa). Mas a única derrota, ocorrida em 2007, foi para o Milan, então comandado por Carlo Ancelotti e hoje treinador do Real.

Prováveis escalações:.

Real Madrid: Casillas (Navas); Carvajal, Pepe, Sergio Ramos e Coentrão; Kroos, Modric e James Rodríguez; Bale, Cristiano Ronaldo e Benzema. Técnico: Carlo Ancelotti.

Sevilla: Beto; Coke, Fazio, Nico Pareja e Alberto Moreno; Krychowiak, Carriço, Reyes, Denis Suárez e Vitolo; Bacca. Técnico: Unai Emery.

Árbitro: Mark Clattenburg (ING), auxiliado pelos compatriotas Simon Beck e Stuart Burt.

Estádio: Cardiff City.